Título: Delúbio cuidava do cofre desde 2000
Autor: Sergio Prado
Fonte: Jornal do Brasil, 06/07/2005, País, p. A3

Delúbio Soares de Castro era o homem do cofre do PT desde 2000. Seu círculo de amizades incluía o presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu e o publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, avalista de um empréstimo de R$ 2,4 milhões do banco BMG ao PT. O ex-secretário de finanças do PT era quem fazia contatos com empresários e pedia dinheiro para o partido. Foi o principal artífice da arrecadação superior a R$ 48 milhões do PT na campanha presidencial de 2002, que culminou com a vitória de Lula.

Naquele ano, o então candidato petista assinou procuração para Delúbio movimentar a conta bancária de sua campanha, o que incluía fazer depósitos, saques e assinar cheques. A proximidade com Lula continuou durante o governo petista. O ex-homem do cofre chegou a integrar a comitiva do presidente em viagem à África.

O ex-tesoureiro do PT nasceu em Buriti Alegre (GO), onde começou a atuação política na década de 70, no Movimento da Anistia em Goiânia. Professor de matemática, fez escola no sindicato. Foi um dos fundadores do PT, da CUT e do Sindicado dos Trabalhadores em Educação. Atuou como tesoureiro nessas duas últimas entidades. Apesar de morar em São Paulo há 14 anos, recebia salário de R$ 1.020 da Secretaria de Educação de Goiás.

Antes do mensalão, Delúbio esteve envolvido em outros episódios polêmicos. Teria pedido ao Banco do Brasil, em 2004, que comprasse R$ 70 mil em ingressos para show de Zezé di Camargo e Luciano. O dinheiro iria para a compra da nova sede do partido.