Título: Aprovado o Parque Nacional
Autor: Lorenna Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 07/07/2005, Brasília, p. D5

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei que amplia a poligonal do Parque Nacional de Brasília. Os deputados aprovaram por unanimidade o substitutivo elaborado pelo deputado Jorge Pinheiro (PL-DF), que aumenta a área do parque dos atuais 30 mil hectares para 41 hectares. Pelo projeto original, proposto pelo Ibama, a área do parque seria aumentada para 46 mil hectares. - O projeto original do Ibama incluía uma área ocupada por cerca de 600 famílias. É uma área degradada, não há motivo para incluí-la na poligonal - afirma Pinheiro.

Apesar de aprovado pela CCJ, o substitutivo ainda não agrada ao Ibama e ao GDF.

- Vamos apresentar, em plenário, uma emenda que ajusta o projeto. O que nós vamos propor é um meio-termo, aumentando a área em 15 mil hectares e deixando de fora a maioria das áreas ocupadas - afirma o diretor de ecossistemas do Ibama, Valmir Ortega.

Segundo Ortega, as áreas que o Ibama insiste em incluir na poligonal do parque são essenciais por serem áreas de vales e de nascentes, que devem ser protegidas. O porta-voz do GDF, Paulo Fona, afirmou que o governador se comprometeu a convencer os parlamentares a votar a ampliação de 15 mil hectares.

Cidade Digital - O imbróglio em torno do pólo tecnológico pode estar perto do fim. Apesar de depender da ampliação do parque para ser construída, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico, Izalci Lucas, garante que todos os projetos para a construção da Cidade Digital estão sendo feitos. Lucas afirma que, ainda neste mês, será feita a retirada do entulho que está nos 123 hectares da área do polo tecnológico. O governo vai abrir licitação para a escolha de uma empresa que fará a reciclagem do entulho, que será reaproveitado na construção de calçadas e estradas no local. Outra licitação será feita para contratar uma empresa de consultoria de gestão. A secretaria aguarda agora a conclusão de um estudo de impacto ambiental (Eia-Rima) para começar as obras de infra-estrutura.

- A votação do projeto de ampliação do parque não está atrasando a construção da Cidade Digital, já que teríamos que esperar o Eia-Rima de qualquer jeito. Estamos com sorte que as etapas estão coincidindo - afirmou Lucas.

O secretário garantiu que, apesar de o prazo dado pelo Banco do Brasil - principal investidor do Polo Tecnólogico - para o início das obras terminar neste mês, não há risco da empresa desistir do investimento.

- O banco tem acompanhado cada passo das negociações. A Casa Civil, o Ministério do Meio Ambiente e o governador Joaquim Roriz estão trabalhando para que o projeto seja aprovado o mais rápido possível. O Banco do Brasil também está tocando seus projetos e, até o final do ano que vem, o Data Center estará pronto - assegura.

O projeto de lei será votado ainda nos plenários da Câmara e do Senado.