Título: Ex-sócio de Gushiken contesta denúncias
Autor: Sérgio Pardellas e Sérgio Prado
Fonte: Jornal do Brasil, 08/07/2005, País, p. A2

Para contestar os números sobre o faturamento da empresa, o empresário Wanderley José de Freitas, sócio da consultoria atuarial Globalprev, divulgou o histórico do crescimento da firma desde 1999, quando foi criada pelo atual ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica Luiz Gushiken, com o nome Gushiken & Associados. O ministro deixou a sociedade em dezembro de 2002, para assumir a pasta na administração Lula. Hoje, além de Freitas , a empresa tem como sócio Rafael Tadeu Ferrari.

Na nota assinada por Freitas, são contestados os valores citados nas denúncias. De acordo com o comunicado, o faturamento da empresa em 2002 foi de R$ 645 mil. No ano seguinte, passou a R$ 1,05 milhão, numa variação de 63%. Em 2004, houve um aumento de 87%. Chegou a R$ 1,97 milhão. Segundo a nota, a Globalprev é dona de uma fatia de 0,9% do mercado de consultoria atuarial, cujo líder detém 25%, seguido por duas outras empresas com 17% e 12%.

A Globalprev Consultores Associados mantém contratos atualmente com os fundos Petros (dos funcionários da Petrobras), Postalis (dos Correios e Telégrafos), Portus (do sistema portuário), Cifrão (da Casa da Moeda) e Capaf (dos empregados do Banco da Amazônia).

Informações divulgadas pelo fundo de pensão Previ informam que os serviços prestados pela Globalprev, em 2004, por quatro cursos de formação básica em previdência complementar, custaram R$ 44.800,00 de um total de R$ 1.319.900,00 gastos em treinamento pela Previ. Ainda segundo o fundo de pensão, a Globaprev ministrou no total nove cursos pagos pelo fundo, entre eles os quatro de 2004.

Dados da Petros indicam que entre janeiro de 2003 e junho de 2005 a prestação de serviços da Globalprev custou ao fundo de pensão da Petrobras R$ 485.841,44. No mesmo período a Petros contratou no mercado de consultoria atuarial serviços no valor de R$ 3.188.857,28.

Anota assinada por Freita informa que a sede da Globalprev permanece no mesmo imóvel, em Indaiatuba, onde funcionava desde a criação da empresa, cujo aluguel é de R$ 1.479,68. A casa já serviu de residência à família do ministro, mas o empresário esclarece que o imóvel nunca foi utilizado concomitantemente para fins residenciais e comerciais.