Título: Oriente Médio condena ataques
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Fonte: Jornal do Brasil, 08/07/2005, País, p. A8
Os ataques de ontem em Londres causaram choque e solidariedade entre os países do Oriente Médio, muitos deles já acostumados com mortes em suas ruas.
- Temos sentido o terrorismo por 30 anos - disse a professora libanesa Samira Murr, 50 anos, em Beirute. - É como o ataque a Madri e o 11 de setembro: sentimos que não estamos mais seguros em nenhum lugar do mundo.
Em Damasco, o executivo sírio Majed Ali afirmou:
- Realmente espero que isso não seja um ato de um árabe ou de um muçulmano porque nosso valores são 100% contra esse crime diabólico. Se meu próprio irmão tivesse feito isso, eu o renegaria.
Canais árabes, como Al Jazira e Al Arabiya, e a imprensa libanesa e israelense transmitiram ao vivo cenas do ônibus e dos metrôs atingidos pelas bombas. Irã e Síria, ambos incluídos na lista dos Estados Unidos entre os países que patrocinam o terrorismo, condenaram o atentado, assim como a autoridade palestina e os grupos Hamas e Hisbolá.
- Condenamos nos termos mais fortes essas explosões e enviamos nossas condolências ao povo britânico - disse o negociador palestino, Saeb Erekat.
- Mirar cidadãos em seu transporte deve ser rejeitado - completou o vice-chefe do Hamas, Moussa Abu Marzouk.
Já o chanceler israelense, Silvan Shalom, ligou os ataques à luta contra extremistas palestinos.
- As bombas mostram novamente que o terror não é um problema só de Israel. Pode atingir qualquer um, em qualquer lugar.
O ministro de Assuntos Sociais da Arábia Saudita, Abdulmohsen al Akkas, afirmou que seu país, que luta há dois anos contra uma onda de ataques da Al Qaeda, sabe o que Londres está sofrendo.
- Desde maio de 2003 temos tido experiências com atos horríveis de terroristas - disse Akkas, em visita a Londres.
O presidente do Líbano, Emile Lahoud, afirmou que o país ''compartilha com os britânicos sua dor''. No mesmo país, o maior estudioso libanês do islamismo xiita, Mohamed Hussein Fadlallah, declarou-se escandalizado:
- Esses crimes não são aceitos por qualquer religião. Isto é uma barbaridade inteiramente rejeitada pelo Islã.
Algumas estações de televisão em Beirute interromperam sua programação matinal para transmitir ao vivo cenas do local das explosões.
Para o Marrocos, vítima de um atentado suicida há dois anos, ''o ataque atroz'' contra Londres enfatiza a necessidade de ação internacional conjunta contra os terroristas.