Título: Ministério Público vai à Justiça
Autor: Mariana Filgueiras
Fonte: Jornal do Brasil, 30/05/2005, Rio, p. A23

A crise na rede estadual de Saúde começou quando o Estado fez um convênio com a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp) para reordenar os prestadores de serviços nos hospitais. Médicos e representantes da categoria denunciam que a Fesp contratou 17 cooperativas sem licitação e que os profissionais não teriam o direito de dividir os lucros obtidas por elas. Diretor do Conselho Municipal de Saúde, Adelson Alípio informou que depois de cooperativados, alguns prestadores chegaram a receber os salários com 20% de desconto. Desde a última quinta-feira, o atendimento das oito principais emergências da rede estadual de saúde está comprometido por falta de profissionais, que se recusam a aceitar a nova forma de contratação. Na sexta-feira, por exemplo, cerca de 200 pessoas - entre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem - se recusaram a trabalhar no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste.

Conforme antecipou o Jornal do Brasil, o Ministério Público (MP) do Trabalho vai entrar, até quarta-feira, com uma ação civil pública na Justiça para impedir que a Secretaria Estadual de Saúde transforme 9.289 prestadores de serviços em cooperativados. O MP também vai pedir a suspensão do contrato entre a secretaria de Saúde e a Fesp e exigir que os 26 mil concursados que hoje aguardam no banco de espera sejam chamados.