Título: EUA crescem 3,5% no 1º trimestre
Autor: Rafael Rosas
Fonte: Jornal do Brasil, 27/05/2005, Economia, p. A19
WASHINGTON - A economia dos Estados Unidos se expandiu a um ritmo mais rápido no primeiro trimestre do que havia sido estimado no mês passado. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu a uma taxa anualizada de 3,5% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior, enquanto a previsão anterior apontava para uma expansão de 3,1% - o que seria o menor resultado em dois anos.
O PIB revisado mostra que a desaceleração em relação ao quarto trimestre de 2004, quando a economia teve expansão de 3,8%, foi menor. O dado ficou abaixo dos 3,6% esperados por Wall Street, mas, mesmo assim, a bolsa subiu (alta de 0,76% do Dow Jones), mostrando otimismo dos investidores em relação ao novo dado. Quando o resultado preliminar do PIB foi divulgado, em abril, as bolsas caíram e investidores ficaram preocupados com o risco de desaceleração rápida da economia americana.
Um dos fatores responsáveis pela mudança no dado de crescimento do PIB foi uma revisão na expansão das importações, que aumentaram 9,1%, e não 14,7%, como havia sido estimado anteriormente.
Outra causa da revisão do PIB foi o crescimento do setor imobiliário, que vem se beneficiando das baixas taxas de juros para financiamentos de longo prazo e da confiança dos consumidores.
Os dados divulgados ontem também mostram que os gastos dos consumidores e das empresas tiveram desaceleração no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último trimestre de 2004, mas ainda parecem justificar o otimismo do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do governo Bush.
- Minha previsão é que o crescimento econômico continue - disse John Snow, secretário do Tesouro dos EUA.
- Os dados do PIB dão sustentação à visão do Fed de que a economia está no caminho para um bom crescimento - afirmou o economista Roger Kubarych, do HVB Group de Nova York.
Em relação ao mercado de trabalho dos EUA, o número de trabalhadores que solicitaram o seguro-desemprego na semana encerrada em 21 de maio passou para 323 mil, contra 322 mil na semana anterior, mas abaixo da projeção do mercado, de 326 mil. Na média das últimas quatro semanas, as solicitações ficaram em 330,5 mil, alta de 500 em relação à semana anterior.