Título: Setor espera bons resultados
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Jornal do Brasil, 25/10/2004, Economia & Negócios, p. A-17

Setor que opera como elo entre a indústria e o comércio varejista na cadeia do suprimento, o atacado-distribuidor prepara-se para o mais dinâmico fim de ano dos últimos tempos. A melhora da renda familiar e a expansão do pequeno varejo farão com que a frota de 26 mil veículos de carga de 1.200 distribuidores e atacadistas seja integralmente utilizada entre novembro e dezembro. Algumas empresas avaliam que será necessário também mobilizar parte da frota terceirizada formada por mais 22 mil veículos. Em 2004, as empresas do setor deverão faturar R$ 69 bilhões, com alta de 9% sobre 2003. Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, distribuidores, atacadistas e também os proprietários de hotéis, restaurantes e oficinas mecânicas se preparam para o movimento maior nos dois últimos meses do ano.

Além do Martins Atacadista, as demais grandes e médias empresas do setor começaram a se programar para garantir o pleno abastecimento do varejo para as compras do Natal.

- O atacado está preparado. Não vão faltar caminhão e mercadoria. Mas temos que nos preparar porque vamos trabalhar muito - afirmou Geraldo Caixeta, recém-eleito presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad).

Proprietário da União Atacadista, que possui frota de 215 caminhões, Caixeta acredita que o dinamismo esperado para novembro e dezembro não será caracterizado pela euforia do consumo.

- Este último trimestre será bom, mas não precisamos esperar por uma explosão de compras. As coisas apenas vão fluir melhor - disse.

A silenciosa expansão do pequeno varejo é um dos motivos que explicam o crescimento das atividades do atacado e da distribuição. As lojas de vizinhança proliferam e se modernizam, estimuladas pela interiorização do país, a expansão do agronegócio e a melhora do ambiente econômico. Na outra ponta, esses pequenos comerciantes se deparam com consumidores que começam a recuperar a renda e que, com baixo endividamento, se mostram mais dispostos a comprar.

Na avaliação de Caixeta, os sinais do varejo que chegam ao setor atacadista-distribuidor indicam que, neste fim de ano, a massa da população não deverá comprar produtos sofisticados. A tendência é de ampliação do volume das compras com o retorno à cesta da família de itens que haviam perdido espaço na lista, tais como produtos de higiene e beleza pessoal e alimentos industrializados, como margarinas e salsichas.