Título: Escritores são homenageados
Autor: Paula Barcellos e Vivian Rangel
Fonte: Jornal do Brasil, 11/07/2005, Cidade, p. A15

PARATY - As últimas mesas da 3ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foram homenagens a escritores. Mediados por Angel Gurria Quintan, o espanhol Enrique Vila-Matas e português Gonçalo Tavares falaram sobre as obras que escreveram reverenciando e homenageando Herman Melville, e Paul Valéry, grandes ícones da literatura. Gonçalo Tavares foi aplaudido diversas vezes durante a leitura de trechos espirituosos sobre literatura, bebida e alma feminina nos livros O homem ou é tonto ou é mulher e O senhor Brecht (Casa da Palavra), entre outros. O autor afirmou que a importância do escritor é encantar e desencantar, ajudar a construir o imaginário à luz dos problemas reais:

- É como interromper o som de uma festa quando as pessoas estão dançando mais animadamente. A tendência da multidão é continuar a canção e o escritor precisa desligar o som.

Vila-Matas falou da necessidade da escrita e dos mistérios que cercam aqueles que poderiam escrever e não escrevem e aqueles que escreveram textos belíssimos e depois se recusaram a molhar novamente a pena na tinta. O escritor leu trechos de Bartleby e Companhia (COSAC & NAIFY) que reúne engraçados episódios de encontros entre leitores e escritores. A partir de uma provocação vinda da platéia sobre o papel social do escritor além da escrita, ele falou do que pensa ser o papel do escritor:

- Não há descrédito nenhum em se restringir ao jogo de palavras, a revolução é também um jogo. O ato de escrever por si só pode salvar o homem até do impossível.

Gonçalo e Vila- Matas se juntaram a Jeanette Winterson, Ronaldo Correia de Brito, Salman Rushdie, Michael Ondaatje e David Grossman e Salman Rushdie para fazer a última mesa da festa, uma conversa informal sobre os livros de cabeceira de cada um dos escritores.

Flip leva 12 mil pessoas a Paraty