Título: Alerta para a violência
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 26/10/2004, Rio, p. A15
Apesar do aumento no número de turistas que virão à cidade na alta temporada, Roberto Dultra acredita que o crescimento seria maior se não fosse pela repercussão da violência do Rio no exterior. Além das imagens dos assaltos na Praia do Leblon que percorreram o mundo, no início deste mês o jornal britânico The Independent classificou o Rio como a cidade da carnificina e da cocaína. - Recebemos informações de alguns cancelamentos, mas não dá para estimar quanto isso representa - afirma Dultra.
Para o presidente da Bito, o que compensa os arranhões causados pela violência à imagem do Rio é o fato do Brasil não estar na rota do terrorismo - a maior preocupação dos viajantes atualmente.
Turistas em visita pela cidade confirmam ter sido alertados sobre a violência antes de desembarcarem no Rio. Mas alegam se sentir seguros em solo carioca. Os ingleses Chris Greenway e Laurence Sousa foram informados sobre os assaltos antes de sair de Londres. Há uma semana e meia na cidade, eles se surpreenderam com o policiamento ostensivo nas ruas.
- Estamos tomando cuidados, mas não me senti em perigo em nenhum momento - contou Laurence, enquanto visitava a Confeitaria Colombo, no Centro.
Os também ingleses John e Sue Woodward ficaram bem-impressionados com o Rio. Alertados sobre as favelas, eles só evitaram um programa: a ida a Santa Teresa.
Em visita ao Pão de Açúcar, o inglês Steve Mansen e o irlandês Andy Gilmartin não reclamaram da violência.
- Já estive em várias cidades do mundo e considero o Rio uma das mais seguras. Aqui podemos andar de metrô e passear à noite sem maiores preocupações. Basta não usar jóias - aconselha Andy.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo curso de Turismo da UniverCidade, com apoio da Secretaria Especial de Turismo da Prefeitura do Rio, entre os dias 30 de julho e 4 de agosto, com 700 turistas internacionais, a questão da segurança aparece em primeiro lugar entre os pontos negativos, com 24%. Em seguida, eles apontam o metrô com 19%, a sinalização com 17%, o comércio ambulante com 14%, a população de rua com 10%, a comunicação com 9% e os táxis com 7%.