Título: Mercado aponta inflação menor
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Fonte: Jornal do Brasil, 12/07/2005, Economia, p. A18

BRASÍLIA - Os analistas financeiros reduziram pela oitava semana consecutiva a expectativa sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a meta de inflação do governo, para o fim do ano, que passou de 5,94% na pesquisa anterior para 5,72%. É o que aponta a pesquisa mensal Focus. A previsão está mais próxima do foco da meta da inflação estabelecida pelo governo para este ano, que é de 5,1%. Na sexta-feira passada, o índice apresentou deflação de 0,02%, e, em seis meses, acumula alta de 3,16%.

Embora acredite em inflação menor - motivada por recentes resultados negativos, registrados também nos Índices Gerais de Preços (IGPs) apurados pela Fundação Getúlio Vargas, o mercado aposta que o aperto monetário será mantido em julho e agosto. Para analistas, a taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer em 19,75% ao ano. A reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), para definir a nova taxa, será na próxima semana. Para o fim de 2005, a projeção se mantém em 18% há nove semanas.

Apesar da previsão de redução da inflação ao final de 2005, o mercado prevê aceleração do IPCA nos próximos 12 meses, sendo que a projeção dessa semana ficou em 5%, contra 4,85% na pesquisa anterior. A estimativa para 2006 foi mantida em 5%, ainda acima dos 4,5% estabelecidos pelo governo.

Já a expectativa de redução nos juros num futuro menos distante, motivada pela inflação em queda, levou a Bolsa de Valores de São Paulo a iniciar a semana com negócios em alta de 2,43%, interrompendo uma seqüência de cinco quedas.

O dólar caiu 1,43% e fechou ontem a R$ 2,341 na venda, menor cotação do mês. É a terceira queda seguida da moeda, cuja desvalorização continua sendo sustentada pelos ingressos de recursos no país por meio das exportações e de captações de empresas privadas.