Título: Tripé: PT, sindicatos e empresários
Autor: Karla Correia e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 13/07/2005, País, p. A3

A estratégia discutida no Palácio do Planalto para fortalecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no atual momento de adversidade passa, entre outras ações, pela consolidação do tripé de sustentação composto pelo PT, centrais sindicais e empresariado - responsável pelo seu triunfo nas urnas em 2002.

Foi pensando nesse tripé que o presidente, segundo fontes palacianas, promoveu uma espécie de intervenção branca no comando do PT e nomeou o ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, como ministro do Trabalho.

Restaria agora o fortalecimento do outro alicerce, incorporando ao novo Ministério um nome influente do PIB nacional, o que poderá ocorrer na segunda-feira. Entre os nomes cotados, estão o do empresário Gouvêa Vieira, presidente da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan), e o de Abílio Diniz, do grupo Pão de Açúcar.

Mas o presidente não quer descuidar do apoio político no Congresso. As negociações com o PP não estão encerradas. Também não está descartada a inclusão do Ministério da Educação no rateio político a partir do dia 27, quando o ministro Tarso Genro deixa a pasta para assumir o PT.

Segundo um auxiliar de Lula, as costuras no sentido de fazer do secretário executivo, Fernando Haddad, o sucessor de Tarso, teriam colocado um pé no freio. Enquanto o presidente participa na França das comemorações pelo Ano do Brasil na França, as negociações da reforma ministerial seguirão sob a batuta do ministro Jaques Wagner, confirmado como o novo articulador político com o Congresso.