Título: BB prepara estréia no Novo Mercado
Autor: Bruno Rosa
Fonte: Jornal do Brasil, 26/10/2004, Economia, p. A22

Casseb, presidente da instituição, ressalta desempenho do Banco Popular ao receber Prêmio Mauá 2003

O Banco do Brasil já se prepara para entrar no seleto grupo do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, a mais alta classificação entre as empresas que se comprometem a adotar práticas de governança corporativa (regras de transparência e proteção a acionistas minoritários). A informação foi dada pelo presidente da instituição, Cássio Casseb, ao receber ontem o Prêmio Mauá 2003, que contempla a melhor companhia de capital aberto do país.

- É um orgulho receber o Prêmio Mauá 2003. O banco vive um momento muito especial e estamos evoluindo cada vez mais na direção do Novo Mercado - afirmou, citando o recente grupamento de ações para aumentar liquidez.

Além disso, Casseb acredita que, até o fim deste ano, o Banco Popular, braço da instituição voltado para financiamentos com taxas de juros mais baixas, chegará à marca de um milhão de clientes. Criado há três meses, já conta com 1,7 mil correspondentes bancários e a cada dia registra a adesão de 7 mil novos clientes.

No discurso, Casseb ressaltou que, em um ano e meio de gestão, a linha de crédito para micro e pequenos empresas do BB saltou de R$ 8,2 bilhões para R$ 16 bilhões, colocando-o como agente número um em repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em julho deste ano, com mais de 30 mil operações.

- Estamos preocupados em ser agentes de desenvolvimento social no país - disse.

Esta é a segunda vez que o BB recebe o prêmio, concedido há 28 anos pela Comissão Nacional de Bolsas, com apoio do Jornal do Brasil, da Gazeta Mercantil, da Associação Comercial do Rio de Janeiro, da Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais e da Associação Brasileira das Companhias Abertas. A primeira foi em 1998.

Entre os critérios avaliados pelos especialistas, estão estão a qualidade da divulgação de informações para o mercado, a política de distribuição de dividendos, boas práticas de governança corporativa e a responsabilidade social.

Na avaliação do presidente da Comissão Nacional de Bolsas, Carlos Reis, a vitória do Banco do Brasil pode ser explicada, principalmente, pelas boas práticas de governança corporativa e pela preocupação com desenvolvimento social, cultural e esportivo.

- Em 2003, o banco beneficiou mais de meio milhão de pequenas empresas com linhas de crédito e capital de giro. Alavancou mais de US$ 4 bilhões em exportações e atendeu mais de 900 mil famílias rurais. Por isso, é grande a expectativa para que o BB esteja caminhando firme em direção ao Novo Mercado - explicou Reis.

O embaixador Marcílio Marques Moreira, presidente da Associação Comercial do Rio, classificou como excelente o desempenho do Banco do Brasil.

- Uma instituição como o BB vem mostrando o respeito e a transparência necessários para o desenvolvimento do mercado de capitais, essencial para o desenvolvimento do país - afirmou.

O vice-presidente de finanças do Banco do Brasil, Luiz Eduardo Franco de Abreu, afirmou que a instituição ainda está avaliando o impacto da alta de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), para 16,75%.

- Estamos analisando para saber quais são as taxas que vamos precisar praticar a partir disso, porque o penúltimo aumento da Selic (no mês passado) fez com que as taxas a longo prazo caíssem.