Título: SMPB e DNA são afastadas
Autor: Hugo Marques e Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 16/07/2005, País, p. A4

O Banco do Brasil e os Correios decidiram ontem afastar as agências de publicidade de Marcos Valério de Souza, que prestavam serviços para as estatais. Valério é apontado como principal articulador do esquema de mensalão. O banco foi mais rigoroso e rescindiu o contrato com a DNA Propaganda, que já foi informada da decisão. A agência de publicidade era uma das três - com Ogilvy e D+ - que trabalham para o Banco do Brasil.

As demais agências continuam atuando e o banco não fará nova licitação para colocar outra empresa no lugar da DNA, cujo contrato originalmente terminaria em setembro e poderia ser prorrogado.

A verba publicitária total do banco prevista para 2005, segundo sua assessoria de imprensa, é de R$ 140 milhões. Pelos contratos, cada agência de publicidade poderia receber entre 15 e 50% desse montante. Desde o último dia 5, o Banco do Brasil já havia suspendido todas as suas novas ações publicitárias.

A pressão política, originada pelo escândalo de corrupção nos Correios, também já havia causado outras mudanças no banco. Na quinta-feira, o diretor de Marketing e de Comunicação do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, entrou com pedido de aposentadoria e deixará o cargo.

Entre outros episódios, Pizzolato se envolveu no ano passado com a revelação de que o banco havia patrocinado um show para arrecadar recursos ao PT. Esta é a terceira baixa no banco após os recentes escândalos. Na última semana, os vice-presidentes de Varejo, Edson Monteiro, e de Finanças, Luiz Eduardo Franco de Abreu, deixaram seus cargos na instituição.

Valério, que já prestou depoimento na Polícia Federal e na CPI dos Correios, também é sócio da agência SMPB, que tem parceria com os Correios. De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, os contratos foram suspensos e uma possível rescisão está sendo avaliada pelo departamento jurídico. Com a suspensão, duas agências continuam trabalhando para os Correios: Link e Giovanni. A verba para a área este ano é de R$ 90 milhões.

A SMPB já recebeu R$ 15 milhões brutos neste ano, incluindo verba para pagamento de terceiros. A agência teria embolsado R$ 1,6 milhão de reais.