Título: PT se arma e protege Planalto
Autor: Paulo Celso Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 17/07/2005, País, p. A2

Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores têm dedicado grande parte da atuação na CPI na tentativa de evitar que o governo seja atacado. A ala é comandada efusivamente pelos senadores Sibá Machado (PT-AC) e Ideli Salvati (PT-SC), que se apresentam como os porta-vozes do Planalto na Comissão.

Na linha de tiro, se apresentam os deputados Jroge Bittar (PT-RJ) e Maurício Rands (PT-PE), que defendem o Planalto atacando o governo Fernando Henrique, intimidando testemunhas e criticando a oposição.

- As pessoas não vão lá para serem elogiadas. Vão lá para depôr e tenho absoluta convicção que não fui desrespeitoso com nenhum depoente - defende-se Bittar.

Os governistas alegam que a estratégia de defender o Planalto tem se mostrado necessária em função dos sistemáticos ataques da oposição a integrantes do alto escalão do governo do presidente Lula.

- Somos poucos e isso acaba exigindo que todos nós tenhamos uma atuação muito forte. Há quem queira a investigação, mas outros só estão interessadas em desgastar o governo - alerta Sibá Machado.

Por trás da tropa de defesa petista, está a figura do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). Procurador e advogado em São Paulo, o deputado virou uma das estrelas da CPI dando subsídio técnico e jurídico às investigações, compondo com Denise Frossard (PPS-RJ), Gustavo Fruet (PSDB-PR), e Jefferson Peres (PDT-AM) o grupo dos juristas da comissão.

Para Bittar, a Comissão tem cumprindo corretamente seu papel de investigar as denúncias. As medidas para evitar a convocação de lideranças do PT e do governo são, segundo ele, apenas uma forma de impor limites à oposição, que, segundo ele, está tentando ''pôr o alto escalão no banco dos réus'':

- Como em toda CPI, por trás do processo de investigação há uma disputa política eleitoral. O empenho é estabelecer limites, porque não podemos admitir a generalização que a oposição vem fazendo sobre o governo. Não vamos nos furtar a investigar ninguém , mas cada depoente deve ser convocado no momento adequado - disse.