Título: Ataques vitimam mais 16
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Fonte: Jornal do Brasil, 18/07/2005, Internacional, p. A7

Pelo menos 16 pessoas morreram ontem no Iraque, um dia após o violento atentado na cidade de Musayeb (Sul), quando um insurgente explodiu um caminhão de combustível, perto de uma mesquita, matando 98 civis e ferindo 156.

O primeiro ataque do domingo foi cometido pela manhã, quando carro-bomba foi detonado contra um comboio da polícia em Bagdá. Dois membros do comando de elite e um civil foram mortos. Treze pessoas ficaram feridas, nove delas policiais.

Em seguida, no Oeste da capital, outro atentado matou um policial e feriu três civis. O terceiro matou mais cinco pessoas, entre elas um policial, e deixou sete feridos, em frente ao escritório da comissão eleitoral em Kan Sara, no Sudeste de Bagdá.

Ao Sul da capital, na estrada de Mahmoudiyah, um civil morreu e outro foi ferido na explosão de mais um carro-bomba. No Norte, seis pessoas - entre as quais dois soldados e dois caminhoneiros - foram mortos em vários ataques. Outros três corpos de caminhoneiros foram encontrados.

Esses atos violentos dão continuidade à carnificina de sábado, em Musayeb - a mais letal ação dos rebeldes sunitas desde fevereiro, quando um carro-bomba matou 114 pessoas em Hilla. Desde a sexta-feira, ocorreram nada menos do que 20 atentados suicidas no Iraque, deixando mais de 110 mortos e 300 feridos.

Em meio à nova onda de violência, o governo anunciou ontem a detenção de três supostos colaboradores do líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi. Segundo um comunicado, as três pessoas foram presas na quinta-feira, em bairro do Sudoeste de Bagdá. No entanto, apenas um dos colaboradores é identificado: Sad Ali Abbas al Janabi, conhecido como ''Abu Emad'' e acusado de ser ''um dos responsáveis financeiros da Al Qaeda'' no Iraque. Na semana passada, foi detido o líder desta célula do Sudoeste: Abu Abdelaziz.

A maior parte dos atentados suicidas no Iraque foi reivindicada pelo grupo de Zarqawi, por cuja captura os Estados Unidos oferecem US$ 25 milhões. Os mais recentes ocorrem semanas após Washington comemorar a ''bem-sucedida campanha'' que diminuiria a capacidade dos insurgentes para realizar ataques com carros-bomba em Bagdá.