Título: BB afasta dois diretores
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Fonte: Jornal do Brasil, 19/07/2005, País, p. A2

O Conselho de Administração da Brasil Veículos decidiu ontem afastar o diretor comercial, Antônio Batista Brito, até a conclusão do inquérito administrativo que investigará seu suposto envolvimento no saque de R$ 326,6 mil em dinheiro da conta da DNA Propaganda no Banco Rural, ocorrido em janeiro de 2004. Também foi afastado, pelo mesmo motivo, o gerente de núcleo do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Josenilton Andrade. O inquérito foi aberto por causa de reportagem publicada ontem pelo jornal Correio Braziliense, segundo a qual os dois teriam levado o mensageiro da Previ Luiz Eduardo Ferreira da Silva ao apartamento do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, onde teria sido pressionado a assumir a responsabilidade pelo dinheiro.

Além do saque na agência do Banco Rural, os conselheiros examinarão os extratos do cartão de crédito institucional usado por Pizzolato, para verificar se houve mau uso do dinheiro do fundo de pensão. Serão examinados os extratos do cartão usado por Pizzolato desde que assumiu a presidência do Conselho Deliberativo, há dois anos. O primeiro item da reunião será a situação de Pizzolato, que pediu aposentadoria e deixou a presidência do Conselho Deliberativo da Previ.

Medeiros Neto disse que o Conselho vai apurar se há relação entre a Previ e o dinheiro sacado do Rural. Até o momento, não há indícios disso. O conselheiro, que afirma não ser ligado a partido, considerou ''muito grave'' o envolvimento do ex-executivo. O Conselho Fiscal não pode determinar medidas à direção da Previ, mas pode fazer recomendações ao Conselho Deliberativo. Desde que o jornal Folha de S.Paulo revelou, na quinta-feira, que havia sacado R$ 326,6 mil de uma conta da DNA, o mensageiro Luiz Eduardo Ferreira, está sob tensão. Ele dormiu fora de casa de sexta-feira a domingo, por iniciativa de pessoas da Previ que queriam poupá-lo do assédio da imprensa. Ele passou parte da noite de sexta no apartamento de Pizzolato, que lhe teria pedido desculpas e dito que precisava encontrar uma forma de ambos se saírem bem do episódio. Segundo relatos, Pizzolato sustenta que pediu ao mensageiro que apanhasse um pacote na agência a pedido de uma terceira pessoa e que também teria sido enganado.