Título: PT preserva a jóia da Coroa
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 19/07/2005, Economia & Negócios, p. A17
O economista José Sérgio Gabrielli de Azevedo, de 55 anos, foi anunciado ontem, pelo Palácio do Planalto, como o novo presidente da Petrobras. Atual diretor financeiro da estatal, o executivo assumirá a presidência, provavelmente na próxima sexta-feira, em substituição a José Eduardo Dutra, que se desincompatibilizará da função para concorrer a uma vaga no Senado, nas eleições de outubro de 2006. Se não houver turbulência no horizonte, caberá ao novo presidente entrar para a história como o executivo responsável pela auto-suficiência de petróleo do país.
Para a diretoria financeira, foi anunciado o gerente-executivo de Finanças Corporativas da Petrobras, Almir Barbassa, um executivo com passagens pela antiga Braspetro, a subsidiária internacional substituída pela atual Diretoria Financeira da estatal. Barbassa se encontra em Amsterdã e sua volta ao país está prevista para amanhã.
A confirmação de Gabrielli no cargo veio no fim da tarde de ontem, por meio do porta-voz adjunto da Presidência da República, Rodrigo Baena. A decisão dividiu o mercado, mas agradou ao atual ocupante do cargo, que conseguiu fazer seu sucessor. Analistas e consultores interpretam a escolha de Gabrielli como uma vitória da ala petista do governo, formada pela chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, e pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner.
De acordo com esses analistas, a escolha de Gabrielli não só reafirma o prestígio da atual diretoria, como também garante a sobrevida de diretores como Ildo Sauer (Gás e Energia) e Guilherme Estrella (Exploração e Produção), que estariam com os cargos ameaçados. Ainda falta ao governo federal definir as indicações para as presidências da Eletrobrás, Eletronorte e Infraero.
Colaborou Karla Correia