Título: Presidente critica ''mediocridade de políticos''
Autor: Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 20/07/2005, País, p. A7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem, em Taubaté (SP), o ''comportamento de mediocridade ''de políticos que só pensam em eleição. Em discurso, durante a cerimônia de comemoração dos 50 anos da instalação de uma multinacional no país, pediu aos políticos grandeza para pensar no futuro do país. Na avaliação do presidente, a economia vive um momento especial e pode dar um salto de qualidade, apesar da crise política que abala o governo.

- A Nação precisa de gente que goste desse país, que não seja pequena e não permita que a pequenez do pensamento na próxima eleição possa desencaminhar esse país - discursou.

Ao explicar o que seria o comportamento medíocre dos políticos, Lula afirmou que o Brasil é o único país do mundo em que ''o mesmo companheiro de partido que elege o sucessor fica torcendo para que ele não dê certo, para que seja pior do que ele''. Em seguida, fez um apelo para que os interesses eleitorais sejam postos de lado

- Como políticos, somos passageiros. Os mandatos têm prazo determinado. O povo, não. A sociedade brasileira é infinita.

Mais cedo, em outro discurso na inauguração da nova fábrica de celulares da LG, o presidente Lula cobrou dos empresários investimentos.

- É preciso, de uma vez por todas, acabar com o pessimismo. Já estamos cansados desse período em que o país cresce um ano dois pontos, para depois decrescer três. A economia brasileira está preparada como nunca para prosseguir num ciclo de crescimento duradouro e virtuoso.

Do lado de fora, longe dos olhos do presidente, cerca de 150 pessoas se reuniram para protestar contra a corrupçã. Um grupo, ligado à CUT e ao PT de Taubaté, isentava o presidente das denúncias. Outro, comandado pelo PSTU e pelo P-SOL fez barulho com o bordão ''Lula sabia'' e chegou a dançar ''a quadrilha do mensalão'', promovendo o ''casamento'' do presidente - representado por um boneco com a cueca cheia de notas representando dinheiro - e a ''senhora corrupção'' - um manifestante vestido de noiva.

Com agências