Título: Investigado por formar quadrilha
Autor: Hugo Marques e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 27/07/2005, País, p. A2

Não há registro na história do mundo dos negócios de outro personagem capaz de se envolver em tantas polêmicas de grosso calibre quanto o banqueiro Daniel Dantas. Sua ligação com o esquema do caixa dois do PT não é surpresa para seus muitos desafetos. Sempre que há uma briga, o dono do Opportunity está no meio - ou por trás.

Baiano, o engenheiro e economista é um dos homens mais ricos do país e reconhecidamente centralizador e calculista. Teve fábrica de sacolas e posto de gasolina, foi sócio do publicitário Nizan Guanaes, trabalhou na Odebrecht e no Bradesco, mas começou a ganhar dinheiro quando foi convidado por Antônio Carlos de Almeida Braga para tocar o Banco Icatu.

Aproximou-se do pefelista Antonio Carlos Magalhães, e ganhou prestígio, chegando a ser cotado para ministro durante o governo Collor.

Acabou investindo nos negócios e, em 1996, deixou o Icatu para criar o Opportunity. Começava ali uma longa lista de litígios. O maior deles, a briga pelo controle da Brasil Telecom, arrematada em sociedade com a Telecom Itália, o Citi e fundos de pensão. A disputa culminou com o grampo de rivais e autoridades - o que lhe custou em abril o indiciamento, pela Polícia Federal, por formação de quadrilha e corrupção.