Título: Exame de DNA para esclarecer sumiço
Autor: Waleska Borges
Fonte: Jornal do Brasil, 27/07/2005, Rio, p. A15

Quinze anos depois de ter os filhos desaparecidos, as mães de Acari catalogaram suas amostras de DNA para futuras comparações com ossadas não-identificadas. Recentemente, elas foram cadastradas no banco de dados de familiares de pessoas desaparecidas no Laboratório de Diagnóstico por DNA da Uerj. Os testes poderão colaborar com as investigações criminais. Segundo o professor Elizeu Fagundes de Carvalho, coordenador do laboratório, as amostras de sangue podem ficar arquivadas eternamente. De acordo com o professor, caso as ossadas sejam encontradas, ainda é possível extrair material genético.

- O osso tem um DNA tipo mitocondrial extremamente resistente a degradação. É um material de herança exclusivamente materna - explica Carvalho acrescentando que as amostras colhidas das mães também podem ser comparadas com dentes e fio de cabelo dos supostos desaparecidos.

Entre familiares de desaparecidos e restos mortais, o laboratório da Uerj tem um banco de dados de DNA de pelo menos 500 pessoas. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios, no Centro, Carlos Henrique Machado, há cerca de 800 sindicâncias de pessoas desaparecidas sendo investigadas. Com oito anos de existência, o Programa SOS Crianças Desaparecidas da Fundação para Infância e Adolescência (FIA) localiza crianças e adolescentes desaparecidos no estado e reintegra à família. Segundo a última estatística divulgada pelo programa, foram localizadas 1.928 crianças dos 2.306 até então cadastrados, ou seja, 83,61% de localizados.