Título: Desemprego abaixo de 20%
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Fonte: Jornal do Brasil, 27/07/2005, Brasília, p. D3

Com 7,4 mil desempregados a menos contabilizados no mês de junho, a taxa de desemprego se situou em 19,5% no mês de junho - pela primeira vez no ano, abaixo de 20%. Essa é também a mais baixa taxa de desemprego registrada neste mês desde 1997, ainda que a renda esteja estagnada, conforme a Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego (PED-DF), realizada pela Secretaria do Trabalho e pelo Dieese, divulgada ontem. O número de pessoas ocupadas no Distrito Federal aumentou de 955 mil em maio para 958,6 mil em junho. No mesmo período, a População Economicamente Ativa foi reduzida de 1.194,6 mil pessoas para 1.190,8 mil. Em outras palavras, as 3,6 mil novas vagas criadas e as 3,8 mil pessoas que deixaram de procurar emprego foram responsáveis pelo resultado.

- A partir de agora, a tendência é que o desemprego caia progressivamente, como sempre acontece no segundo semestre de cada ano. Começar este movimento sazonal de um patamar mais baixo é bom sinal - disse Lilian Marques, supervisora técnica do Dieese.

O secretário de Trabalho, Gim Argello, afirmou que isso se deve à abertura de mais de 4 mil empresas ao longo do ano. Otimista como de costume, Gim antecipou que os números podem ser ainda mais positivos em julho - 539 empresas novas e 379 filiais foram abertas desde o dia 1º até as 12h de ontem, conforme o secretário. Ele reafirmou a meta de atingir a marca de 1 milhão de ocupados no DF até outubro ou novembro.

O rendimento médio caiu de R$ 1.246 em abril para R$ 1.244 em maio, variação de -0,2%. No setor público, a queda foi de 2%. No privado, trabalhadores sem carteira assinada tiveram queda de 4,5% na renda; aqueles com carteira assinada, ao contrário, tiveram um pequeno ganho de 2,3%.

Conforme Antônio Ibarra, coordenador da PED-DF, isso se deve ao contingente de desempregados ainda se situar em alto patamar.

- No setor do comércio, por exemplo, os empregos crescem, mas a renda cai. Com tantos desempregados você consegue contratar gente qualificada por um salário mais baixo - explicou Ibarra.

O comércio apresentou o maior crescimento setorizado no mês passado: 5,9%. Em seguida ficou a construção civil, com 3,9%. Gim Argello anunciou três novos pólos de criação de empregos: os shoppings de Águas Claras e Sobradinho e uma Superadega.

Também anunciou o início, para as próximas semanas, do programa Pró-Jovem, que pagará um terço de salário mínimo para jovens de 18 a 24 anos, que tenham concluído a quarta série mas ainda não tenham chegado à oitava, que queiram voltar às salas de aula. Por fim, marcou para agosto a inauguração do espaço de artesanato do DF, que funcionará no Conic e fornecerá espaço para 40 a 60 artesãos locais, que se substituirão em rodízios de 15 dias. (BA)