Título: Genoino seria o alvo
Autor: Marcelo Kischinhevsky
Fonte: Jornal do Brasil, 25/07/2005, País, p. A3

O ex-secretário nacional de Comunicação do PT é conhecido no partido pela estreita amizade com o ex-presidente da sigla, José Genoino. Na campanha de 2002 era um dos que respondia pelo partido e as estratégias de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje mora no Ceará e conversou com o JB pelo telefone. Na última semana, em entrevista ao jornal O Povo de Fortaleza, Duarte insinuou que o episódio ''dinheiro na cueca'' não passaria de uma armação engendrada pelo banqueiro Daniel Dantas, em parceria com Delúbio Soares, para derrubar Genoino da presidência do PT - o que o colocou no olho do furacão da crise. - Desculpas, mas não vou poder falar mais - finalizou.

Munida das notas incineradas da DNA Propaganda, encontradas na casa do ex-policial Marco Túlio Prata, em Belo Horizonte, a CPI dos Correios investiga a origem dos recursos que abasteceriam o PT e partidos da base aliada do governo, a partir de um esquema supostamente montado por Marcos Valério. Dentre as fontes estariam empresas de telefonia, a do Grupo Opportunitty, de Daniel Dantas, como a Telemig Celular e Amazônia Celular - clientes da DNA.

Na entrevista ao O Povo, Ozeas deu detalhes de sua relação com o PT. Apontou suas baterias para Delúbio Soares, a quem classificou como ''pessoa sem traço de responsabilidade no tratamento das coisas''.

- O Delúbio vinha do movimento sindical. Os sindicalistas não faziam boas referências a ele (...). Dinheiro, dinheiro. Eu não saberia exatamente dizer, mas a imagem que vinha desses comentários era a de uma pessoa que não deveria ser tesoureiro do PT - disse.

Mas para Duarte, as decisões do ex-tesoureiro não passavam pelo crivo do PT.

- É preciso que haja uma separação mais clara entre a pessoa física Delúbio e o PT. O Delúbio Soares não estava se relacionando com essas pessoas (empresário e políticos) como tesoureiro do PT. (S.P)