Título: Mais atrasos para a Cidade Digital
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Fonte: Jornal do Brasil, 27/10/2004, Brasília, p. D-8

Nova poligonal do Parque Nacional pode ser modificada pois parte do Lago Oeste estaria inserida na ampliação da unidade

A inclusão de uma parte do Lago Oeste ao Parque Nacional de Brasília, prevista no projeto de lei que amplia a unidade de conservação, pode novamente colocar em xeque as coordenadas da nova poligonal e atrasar o início das obras da Cidade Digital, que depende da aprovação do projeto no Congresso. Em reunião realizada ontem, na Terracap, com a presidente da órgão, Maria Julia Monteiro, e com o secretário de Desenvolvimento Tecnológico, Izalci Lucas, o relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Pastor Jorge Pinheiro (PL-DF), solicitou a elaboração de um mapa da área. - Vamos confrontá-lo com o projeto de lei para averiguar se há regiões densamente povoadas na nova poligonal. Pode-se perder uma parte da área, mas é melhor do que criar conflitos de terra - explica Pastor Jorge. Segundo o deputado, em breve, será realizado um sobrevôo na região para avaliar as dimensões das ocupações na área.

Fruto de um conturbado acordo entre GDF e Ibama, costurado nos últimos dois anos, os limites do parque foram questionados por quatro emendas. Entre elas, uma dos moradores do Lago Oeste, que querem seu bairro fora do parque.

A proposta tenta alterar o acordo firmado entre GDF e Ibama, em setembro, que aumenta de 30 mil para 46 mil hectares a área da unidade. A aprovação do projeto de lei é condicionante para a emissão da licença ambiental da Cidade Digital, principal projeto do GDF, com investimentos previstos da ordem de R$ 2 bilhões.

- Um pequeno ajuste, se houver alguém sendo afetado, não deve ser problema - acredita Izalci Lucas.

O gerente-regional do Ibama, Francisco Palhares, justifica que a área é de proteção ambiental e pertencente à União. Ele afirma que a região alvo da emenda tem sido destinada a condomínios irregulares, construídos sobre área de recarga do Ribeirão do Bananal, ponto de captação de água da Caesb.

- Dos 16 mil hectares da expansão, querem diminuir para 6 mil. É um confronto de grileiros com a questão ambiental do DF - critica