Título: PMDB quer abrir sigilo bancário
Autor: Bruno Arruda
Fonte: Jornal do Brasil, 21/07/2005, Brasília, p. D1

O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal quer antecipar os esclarecimentos. E seu maior opositor local, o PMDB, não quer perder o timing do ataque. A reunião da executiva do PT-DF com os parlamentares, que se realizaria ordinariamente na segunda-feira, foi antecipada para hoje, às 10h. Serão ouvidas as explicações do presidente do diretório local da legenda, Wilmar Lacerda, e do vice-presidente, Raimundo Júnior. Também hoje, o partido do governador Joaquim Roriz vai entrar com uma representações junto ao Tribunal Regional Eleitoral pedindo a revisão das contas do PT regional de 1995 até agora e a quebra do sigilo bancário de todos os dirigentes que ocuparam cargos no partido e do próprio PT.

- Vamos nos reunir com nossos advogados hoje (ontem) à noite para discutir as providências possíveis. Entendo que esta é uma modalidade nova de desvio de recursos, mas confio nas ações que a Justiça adotará no tratamento do assunto - afirmou o presidente em exercício do PMDB do Distrito Federal, deputado distrital Odilon Aires.

Na visão do parlamentar peemedebista, é estranho que o repasse da direção nacional do partido a um braço local tenha se realizado na forma de saque na boca do caixa. Ela julga que seriam mais comuns e naturais as transferências bancárias diretas.

- Doação uma coisa, outra é retirar um empréstimo. Como dirigente partidário, ele (Wilmar Lacerda) tem conhecimento dos procedimentos. - disse Aires.

De acordo com a deputada federal Maria José Maninha (PT-DF), é importante que o partido escute o quanto antes e diretamente dos envolvidos as versões deles para os fatos. Foram chamados à reunião de hoje, além dos membros da executiva, os integrantes do PT do Distrito Federal que exercem mandatos.

- Se eles conseguirem provar, com registros dos gastos com o dinheiro sacado, a legalidade do processo, tudo bem. Se não, caem na vala comum do que ocorre em plano nacional - disse Maninha.

Para o senador Paulo Octávio (PFL-DF), o palco natural para as discussões relacionada ao assunto é a Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele acredita que deve-se dar prosseguimento às apurações e escutar os envolvidos, antes de tomar decisões políticas e fazer prejulgamentos.

- O PFL não vai tomar ação imediata. Existem ações sendo tomadas pelas entidades fiscalizadoras. Não cabe a nós como partido querer também investigar o assunto.