Título: MST exige que Incra desaproprie fazenda
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 21/07/2005, Brasília, p. D1
A reunião dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) com representantes da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está marcada para às 9h. A pauta de reivindicação inclui a desapropriação da fazenda Sálvia; a renegociação da dívida dos pequenos agricultores; mais crédito e recursos para o estágio de vivência em acampamentos voltado para os estudantes de agronomia. Marcelo Silva Araújo, um dos coordenadores do MST, informou que a fazenda tem 10,5 mil hectares improdutivos, área que daria para assentar cerca de 2 mil famílias.
Entre os agricultores, existem pelo menos 200 famílias do Movimento de Trabalhadores Desempregados (MTD), dos quais 50 são crianças. Uma das coordenadoras, Roseni Santos, explica que o grupo tem projetos agrícolas e não agrícolas.
- Identificamos no grupo vocações para hortaliças e artesanato. A prioridade é conseguirmos a terra. Reivindicamos uma área de apenas 660 hectares.
GDF - Sobre os programas de assentamento de sem-terra do GDF, o secretário de Agricultura, Pedro Passos, foi categórico.
- Não existe terra disponível para assentamento de sem-terra no DF, nem dinheiro e nem disposição do governo para tratar disso - afirmou. Segundo Passos, existem 10 mil pedidos de regularização de ocupação de áreas rurais no DF e Entorno e que envolvem associação de chacareiros, de produtores rurais e colônias agrícolas. Mas todos já estão produzindo.
O secretário disse ainda que é ''impossível'' saber quantos trabalhadores sem-terra aguardam assentamentos pois o número varia muito e ''grande parte deles não tem vocação agrícola. Querem apenas se beneficiar de programas do governo''.
No Incra, a meta é assentar 1,8 mil famílias do DF em 2005. Desse total, 141 já foram atendidas. A meta do órgão é assentar até o fim de 2005, 123.026 famílias em todo o País. No segundo semestre a intenção é dar terra a 63.182 famílias