Título: Para empresários, medida é inócua
Autor: Rafael Rosas
Fonte: Jornal do Brasil, 22/07/2005, Economia & Negócios, p. A19

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, elogiou a decisão do governo chinês e garantiu que o país caminha para uma maior flexibilização dos mercados.

- O sistema financeiro chinês vai ter que ser preparado para que a China comece gradualmente a se mover em direção a um regime de flutuação cambial, mas não há dúvida de que o mercado chinês está se abrindo - avalia o presidente do BC.

Mas empresários brasileiros não acompanharam o otimismo de Meirelles e consideraram a medida tímida, inócua e incapaz de parar a invasão de produtos chineses.

- Foi uma medida que pode ser considerada ineficaz em termos práticos - disse o diretor de comércio exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Humberto Barbato.

Para o presidente da Francal (maior feira de calçados do Brasil), Abdala Jamil Abdala, o preço dos produtos chineses é tão baixo que a valorização do yuan não freará as importações brasileiras.

- Eles têm uma mão-de-obra semi-escrava. Isso é sentido no preço dos produtos - diz.

Mas a valorização do yuan foi considerada uma oportunidade para os exportadores de soja, que tem a China como principal compradora.

- A valorização elevará o poder de compra dos importadores de soja - disse Cao Heping, vice-reitor da Faculdade de Economia da Universidade Pequim.

Com agências