Título: Secretário de Ciro renuncia
Autor: Hugo Marques e Sergio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 03/08/2005, País, p. A8

O secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Marcio Lacerda, pediu afastamento do cargo ontem. Segundo nota oficial, Lacerda tomou a decisão após o depoimento da gerente administrativa da SMPB, Simone Vasconcelos, à Polícia Federal (PF), que o acusou de ter sacado R$ 1 milhão das contas de Marcos Valério. Lacerda negou ao ministro Ciro Gomes estar envolvido no caso, mas pediu afastamento para evitar que o ministério ''seja envolvido nos escândalos por que passa o país''.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) negou que tenha se beneficiado de R$ 200 mil sacados das contas de Marcos Valério. Reconheceu, no entanto, que sua mulher, Márcia Regina Milanesi Cunha, sacou R$ 50 mil.

O advogado Pedro Raphael Campos Fonseca, sócio do ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira, também citado na lista, envolvido num saque de quase R$ 5 milhões para o PT Nacional, afirmou ontem que eles foram contratados em setembro de 2002 pelo diretório regional do PT em São Paulo para atuar na defesa do caso de Santo André, recebendo o pagamento, à época, por meio de indicações da tesouraria do partido.

O nome dos dois advogados aparece na relação de pessoas indicadas pelo PT para receber recursos por meio de Marcos Valério Fernandes de Souza. Na lista entregue pela gerente administrativa da agência de publicidade SMPB Comunicação, Simone Vasconcelos, à Polícia Federal, Aristides Junqueira e Pedro Raphael Campos Fonseca são autorizados a receber R$ 185 mil em 28 de outubro de 2003.

- Nunca tive relação com a SMPB. Ficamos sabendo disso depois - explicou o advogado Pedro Raphael Campos Fonseca.