Título: Pixinguinha retoma caravana
Autor: João Bernardo Caldeira
Fonte: Jornal do Brasil, 03/08/2005, Caderno B, p. B1

O Projeto Pixinguinha dá partida hoje a sua caravana de agosto, com uma apresentação às 18h30 na Sala Funarte Sidney Miller, no Centro. O show reúne os grupos Carrapa do Cavaquinho e Choro de Câmara e a sambista Dorina. O conjunto de apresentações promovidas pela Fundação Nacional de Arte, que do Rio segue para Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Guaratinguetá (SP), chega em um momento em que se renovam as esperanças de garantias de longo prazo para o projeto. Vitimado pelo contingenciamento de verbas do Ministério da Cultura por parte do Ministério do Planejamento, o Pixinguinha havia cancelado as apresentações da primeira quinzena de julho e os ensaios abertos. Graças a uma antecipação de verbas da Petrobras, seu maior patrocinador, a Funarte conseguiu manter a segunda apresentação quinzenal de julho. - Reduzimos as despesas ao máximo para garantir a feitura dos shows e conseguimos garanti-los até meados de setembro - diz Ana de Holanda, diretora do Centro de Música da Funarte.

Na última semana, o Ministério do Planejamento, após negociação com o secretário executivo do MinC, Juca Ferreira, prometeu liberação de parte da verba retida.

- Só não sabemos ainda nem quando nem quanto - diz Ana.

O MinC pediu a seus departamentos que fossem estabelecidas prioridades orçamentárias a fim de verificar a liberação de verbas com o Planejamento. O Centro de Música da Funarte estabeleceu como prioridades o Pixinguinha, a Bienal de Música Contemporânea (que aconteceria em novembro) e as reposições de instrumentos das bandas de escolas de músicas que recebem apoio do MinC. No mesmo movimento, projetos de circulação musical e apoios a festivais de música em várias cidades do país tiveram que ser colocados em compasso de espera, fora da lista de prioridades. Ana de Holanda, entretanto, acha que nenhum será esquecido:

- Mas estou bastante otimista. Se o Planejamento acenou com essa possibilidade, é porque eles entenderam que a Cultura está precisando de dinheiro.