Título: Fitas comprometem Eurides e Maristela
Autor: Lorenna Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 04/08/2005, Brasília, p. D3

A Polícia Federal não encontrou indícios de ''edição de caráter fraudulento'' nas fitas entregues à CPI da Educação por Manoel Carneiro, ex-subsecretário e ex-tesoureiro da campanha da deputada distrital Eurides Brito (PMDB), em junho. A gravação apresenta trechos comprometedores de conversas entre o ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL), Antônio Ferreira César e a deputada e entre César e a consultora jurídica do GDF Maristela de Melo Neves, ex-secretária de Educação. O laudo, que ficou pronto na terça-feira, foi apresentado ontem pelo presidente da comissão, deputado Augusto Carvalho (PPS) e pelo relator, deputado Paulo Tadeu (PT). - As gravações são muito graves, atestam o envolvimento de autoridades do governo em fraudes de licitações e referências explícitas da ex-secretária Maristela de que existiam irregularidades na Secretaria de Educação. A perícia derruba a tese utilizada pelas ex-secretárias de que a fita era falsa - afirmou Carvalho.

Segundo o deputado, os próximos passos da CPI da Educação, que tem reunião interna marcada para a próxima sexta-feira, será reconvocar Manoel Carneiro e chamar Eurides Brito e Maristela Neves para prestar depoimento.

- Vamos pedir ainda a quebra do sigilo bancário da consultora Maristela Neves e dos funcionários da Secretaria de Educação Gibrail Gebrin, Hélvia Paranaguá e Elizabeth Marinini, todos envolvidos nas denúncias - aponta.

O deputado Paulo Tadeu afirmou ainda que a CPI pode pedir a cassação da deputada Eurídes Brito.

- Se as explicações da deputada não forem satisfatórias, vamos entrar com pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar - garante.

O deputado Augusto Carvalho encaminhou ao governador Joaquim Roriz um pedido de afastamento imediato da consultora Maristela Neves, da secretária de Educação, Vandercy Antônia de Camargos e de funcionários da Secretaria de Educação.

O porta-voz do GDF, PauloFona afirmou que o governador ainda não recebeu o documento.

- Vamos analisar o pedido mas acredito que esta é uma tentativa de interferência indevida de um poder sobre o outro. O governador é quem deve avaliar o trabalho de seus auxiliares - acredita.