Título: Acidente lembra o Kursk
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Fonte: Jornal do Brasil, 06/08/2005, Internacional, p. A12

Em 12 de agosto de 2000, o submarino russo Kursk afundou, após uma explosão a bordo, matando todos os 118 tripulantes. Alguns marinheiros chegaram a sobreviver ao fogo, mas sucumbiram à posterior falta de oxigênio. As autoridades foram acusadas de encobrir o acidente, demorando dias para reconhecê-lo e informar sobre a gravidade da tragédia, não só para a imprensa, mas também para os parentes das vítimas.

O naufrágio do Kursk aconteceu no Mar de Barents (Ártico), quatro meses após a posse do presidente Vladimir Putin. O líder foi muito criticado por não ter interrompido suas férias quando soube da tragédia, que se tornou um símbolo da decadência do poderio militar herdado dos soviéticos. O submarino era considerado indestrutível.

Um documentário exibido em 2002 pela TV russa descartou a hipótese de uma colisão com um submarino da Otan ou dos EUA. Esta versão foi divulgada pelas autoridades durante meses. As operações de resgate duraram uma semana, sem que a Marinha soubesse se os submarinistas estavam vivos ou não.

Desde então, Moscou vinha tentando corrigir a imagem de indecisão e incompetência deixada pelo acidente. O governo gastou dezenas de milhões de dólares para resgatar os destroços e os cadáveres. Putin também demitiu comandantes da Marinha e determinou o pagamento de polpudas indenizações às famílias.