Título: Fiscalização Frouxa é Alvo do MP
Autor: Bruno Rosa
Fonte: Jornal do Brasil, 07/08/2005, Economia & Negócios, p. A18

Um dos trabalhos da equipe remanescente da força-tarefa terá como alvo o elevado índice de empresas que não tiveram suas contas acompanhadas por um fiscal da Previdência. O Ministério Público quer saber por que, das 200 maiores companhias fluminenses, cerca de 70% não foram fiscalizadas nos últimos quatro anos. O procurador se baseou em dados obtidos no próprio INSS para concentrar as investigações sobre essas empresas e os fiscais suspeitos de omissão.

- Se uma empresa declara um montante elevado, o trabalho dos fiscais é comprovar se a informação prestada é verdadeira. Se eles não o fazem, ou é fraude, ou é um problema grave de gestão - opina o procurador Fábio Aragão.

O trabalho da força-tarefa começou agora e pretende desvendar fraudes cometidas também por empresas que obtêm ''vantagens'' inexplicáveis do INSS.

- Do dia para a noite, débitos milionários simplesmente foram zerados. Estamos investigando se houve interferência política na prática - diz Aragão. - Há pelo menos duas grandes do Rio com essas características.

Excluindo-se os comprovados casos de fraudes, um dado da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social (Anasps) pode dar mais um indício sobre a falta de fiscalização, como justifica o presidente da entidade, Paulo César Souza.

- Temos 4 mil pessoas para fiscalizar 4 milhões de empresas. Cada fiscal teria que visitar mil por ano. Com esse quadro, só é possível acompanhar anualmente 0,78% do universo de empresas no país.