Título: Tufão desaloja 1 milhão de pessoas
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Fonte: Jornal do Brasil, 08/08/2005, Internacional, p. A9
Depois de matar pelo menos três pessoas e desalojar mais de 1 milhão de habitantes, o tufão Matsa, que assola a China desde sábado, enfraqueceu e se tornou numa tempestade tropical. No Sul, uma inundação deixou 103 mineiros presos.
A tempestade trouxe as piores chuvas e vento dos últimos oito anos em Xangai. Províncias no Leste do país ainda aguardavam chuvas torrenciais e possíveis enchentes.
No sábado, duas pessoas morreram e outras desapareceram na província de Zhejiang, quando um desabamento atingiu suas casas, na encosta de um morro.
Ontem, o Matsa avançou para o Norte sobre o estado de Anhui, trazendo chuvas sem a intensidade e o vento que causaram prejuízos de US$ 800 milhões em Zhejiang.
Autoridades das províncias de Anhui e Jiangsu alertaram aos pescadores para abrigar seus barcos.
Soldados chineses instalaram diques no Grande Canal, uma construção centenária entre Hangzhou e Pequim. Ele ameaçava transbordar e inundar dezenas de vilas.
A tempestade forçou a mudança do local de uma partida de classificação para mundial de vôlei de 2006. O telhado do ginásio em Zhejiang desabou.
Xangai cancelou seu alerta de tufões ontem, depois que o Matsa seguiu adiante. A cidade enfrentou chuvas que inundaram ruas, afetaram o abastecimento de energia e impediram o tráfego aéreo.
As chuvas do Matsa devem chegar hoje à província de Shandong, antes de atingir a capital, Pequim, e seguir para Noroeste. O Matsa foi o nono tufão a atingir a China este ano.
Longe da tempestade, o país enfrenta outra tragédia. Uma inundação prendeu 103 mineiros em Xingning, na província de Guandong, Sul do país.
As equipes de resgate estavam a caminho do local. Só no primeiro semestre de 2005, mais de 2.700 chineses morreram em minas. O número é maior que o dobro do mesmo período de 2004. Neste ano, mais de 6 mil chineses morreram em acidentes nas minas.
O país depende do carvão para alimentar a geração de mais de 33% da energia. Recentemente, a China anunciou medidas para aumentar a segurança nas instalações e fechou pequenas minas particulares - normalmente mais perigosas.
Mas a voracidade da economia chinesa estimula a reabertura clandestina das instalações. O consumo de carvão deve crescer 6% em 2005.