O Globo, n. 32783, 10/05/2023. Brasil, p. 10

Metade dos esta­dos esco­lhe dire­to­res de esco­las por indi­ca­ção

Bruno Alfano


Metade dos estados ainda escolhe pelo menos parte dos seus diretores por indicação política, aponta um levantamento que será lançado hoje. A informação consta no Relatório de Política Educacional “Seleção e formação de diretores: mapeamento de práticas em estados e capitais brasileiras”, apresentado pelo Dados para um Debate Democrático na Educação (D³e), Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e Todos Pela Educação.

— Diretores são o elo entre a secretaria de Educação e as escolas, garantindo a implementação das políticas públicas a partir da realidade local. Por isso, estão entre os fatores intraescolares que mais impactam na aprendizagem dos estudantes —diz Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.

De acordo com o relatório, há na maioria dos estados mais de uma modalidade que compõe a forma de seleção principal. As mais frequentes são: eleição (56%), indicação (48%), apresentação de um plano de gestão (33%) e certificação (30%).

— Os dados ajudarão a definir as estratégias de cada órgão de controle, a fim de que os problemas levantados sejam superados, implementandose as exigências colocadas no Plano Nacional de Educação e no Fundeb — afirma Cezar Miola, presidente da Atricon.

O material é uma atualização da pesquisa pioneira realizada por Heloísa Lück, em 2011. A boa notícia do relatório é a de que tem sido observado um crescimento na adoção de processos seletivos qualificados para seleção de diretores escolares nos últimos dez anos, tanto em estados como capitais. Nessa categoria há entrevista, prova de conhecimentos, certificação, concurso ou plano de gestão.

— Além do processo de seleção, as competências desenvolvidas pelos diretores para desempenhar suas atividades e o tempo que ficam nesta função são muito importantes para a qualidade da gestão escolar. Neste sentido, o relatório sinaliza a necessidade das redes aprimorarem os processos de formação continuada e de apoio aos diretores escolares — diz Antonio Bara Bresolin, diretor executivo do D³e.