Correio Braziliense, n. 21507, 03/02/2022. Política, p. 4

Pacheco sai em defesa do sistema eleitoral

Cristiano Noberto
Taísa Medeiros


Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, na abertura dos trabalhos do Congresso, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Artur Lira (PP-AL), fizeram uma defesa enfática do sistema eleitoral, alvo de constantes ataques do chefe do Executivo.

Pacheco saiu em defesa da democracia e pediu que “o processo eleitoral não seja afetado por manipulações de disparos em massa através de robôs”. O senador também pediu respeito às divergências de ideias e às instituições da República. Ele disse esperar “fiscalização e punição daqueles que atentem contra o processo eleitoral”. 

Aos eleitores, Pacheco pediu que haja “senso crítico e responsabilidade para distinguir fatos verdadeiros das inaceitáveis fake news”. “Num ano de eleições gerais, caberá ao povo bem escolher seus representantes. Aos vencedores, fazer de seu mandato um verdadeiro serviço; e, aos perdedores, respeitar o resultado das urnas”, frisou o senador, que avalia se entra na corrida pelo Palácio do Planalto.

A pandemia também foi um assunto abordado pelo presidente do Senado. “Passamos a usar máscaras na nossa rotina, nos isolamos de familiares, amigos e colegas de trabalho, esperamos ansiosos por vacinas que salvariam — e salvaram — vidas”, afirmou. “O poder público tem a obrigação de proteger sua população com ciência, informação, equipamentos públicos e vacinas”, acrescentou. Bolsonaro é acusado de retardar, deliberadamente, a vacinação.

Lira, por sua vez, enfatizou que as tensões entre os pré-candidatos à Presidência podem piorar o cenário econômico. “Deixemos os interesses políticos para outubro e, agora, trabalhemos com ainda mais afinco e unidos para aprovar as medidas que são tão necessárias para o país e para os brasileiros. As disputas e tensionamentos devem ficar para o momento de campanha. Agora, o momento é de união e diálogo, porque o país tem pressa”, disse.

O parlamentar também enfatizou a soberania do Parlamento. “Aqui, nos últimos anos, muitas conquistas foram construídas e alcançadas com discussão, debate e, principalmente, pelo voto de cada um de nós. Por isso, quero ressaltar que, independentemente da conjuntura futura, o que o Brasil conseguiu aqui é definitivo”, sustentou.

Na cerimônia que teve a presença, também, do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, Pacheco pediu um minuto de silêncio em respeito aos mais de 628 mil mortos pela covid-19 no país e aos que perderam a vida nas tragédias causadas pelas chuvas na Bahia, em Minas Gerais e em São Paulo.

 

"Das instituições da República, esperamos a fiscalização e a punição daqueles que atentem contra o processo eleitoral”

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado