Título: Mobilizar a juventude
Autor: Patrus Ananias
Fonte: Jornal do Brasil, 10/08/2005, Outras Opiniões, p. A11

Dia desses, me contaram no ministério a bela história de um jovem potiguar que mudou de vida nos dois anos que freqüentou as atividades do programa Agente Jovem. Hoje, aos 18 anos, integrante de um coral, é um dos monitores do programa - orientando uma turma de 25 jovens em Natal -, está matriculado numa faculdade de Comunicação Social e decidido a escrever um livro.

Histórias assim se repetem em outras cidades onde o programa se faz presente por meio de convênio com governos estaduais ou prefeituras.

A Semana de Mobilização do Agente Jovem, celebrada entre os dias 8 e 12 deste mês, dentre seus muitos méritos, evidencia essa característica do programa: a capacidade de multiplicar-se a partir do momento em que os próprios jovens se reconhecem como agentes transformadores e passam a querer ajudar outros iguais, de famílias e comunidades pobres como ele, a encontrar seu rumo.

O programa, presente em 1.077 cidades, atendeu 57 mil jovens até julho deste ano, com expectativa de dobrar o atendimento até o final deste ano, com orçamento de quase R$ 70 milhões.

No Agente Jovem, rapazes e moças entre 15 e 17 anos, pobres, recebem uma bolsa de R$ 65 por um ano e, em contrapartida, precisam continuar freqüentando a escola e participar das atividades promovidas pelo programa onde são treinados para atuar em suas comunidades nas áreas de saúde, meio ambiente e cidadania.

O cuidado com a juventude no país é uma parte importante da mobilização feita no governo do presidente Lula de proteção e promoção das famílias pobres no país.

A Secretaria Geral da Presidência da República, em parceria com o nosso ministério e com os ministérios da Educação e do Trabalho e Emprego, desenvolve o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Pró-Jovem), com dotação orçamentária de R$ 311 milhões e meta de chegar a 400 mil jovens entre 18 e 24 anos entre 2005 e 2007.

Em parceria com o Projeto das Nações Unidas para o Desenvolvimento, elaboramos um edital, direcionado às universidades, para seleção de elaboração e desenvolvimento de projetos de inclusão produtiva para pessoas em vulnerabilidade social, priorizando aqueles destinados a atender às pessoas na mesma faixa etária atendida pelo Pró-Jovem.

Mas o esforço do governo federal de proteger e, principalmente, promover a juventude brasileira, oferecendo condições dignas de desenvolvimento de seu potencial humano, se estende por outros programas sociais com foco na família.

No nosso ministério, por meio de programas voltados para reinserção social, estimamos cerca de 17 milhões de crianças e adolescentes atendidos. Chegam a eles ajudas por meio do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Programa de Enfrentamento ao Abuso e à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (Sentinela), o Programa de Atendimento Integral às Famílias, por meio das Casas da Família, e, principalmente, pelo Bolsa-Família, maior programa de transferência de renda da América Latina.

A idéia é estabelecer e estimular o círculo virtuoso do crescimento. As famílias que recebem ajuda para restabelecerem padrões básicos de cidadania e dignidade têm condições de oferecer aos seus jovens a base para sua formação na sociedade. E, por conseqüência, ele cresce e forma novas famílias bem estruturadas e em condições de formar novos cidadãos, dotados de todos os direitos e deveres.