Título: Petróleo e crise afetam mercado
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Fonte: Jornal do Brasil, 13/08/2005, Economia & Negócios, p. A20
Barril atinge US$ 66,86 em dia de avanço do dólar e do risco Brasil
AFP O barril de petróleo já acumula alta de 53,88% este ano na Bolsa de Nova York
Pelo quinto dia consecutivo, o preço do barril de petróleo quebrou seu recorde nominal, fechando ontem a US$ 66,86 na Bolsa de Nova York, depois de ter ultrapassado a barreira de US$ 67 durante o dia. A elevação, de 1,61% sobre o valor do dia anterior (US$ 65,80), faz com que a alta acumulada no ano já seja de 53,88%. No primeiro dia de funcionamento do mercado neste ano, o barril do era cotado a US$ 43,45.
Na Bolsa de Londres, a alta é ainda maior. O preço do barril tipo Brent, que fechou ontem cotado a US$ 66,59, já é 64,95% superior ao valor de abertura do mercado em janeiro (US$ 40,37). Em relação a quinta-feira, a alta foi de 1,85%.
O que provocou o avanço de ontem, segundo analistas, foi a notícia da possibilidade de interrupção de trabalhos em refinarias americanas, o que reforçou os temores de que o estoque de gasolina dos EUA possa não ser suficiente para atender a alta demanda no país.
No mercado nacional, a Petrobras anunciou que sua produção média diária de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior somou 2,286 milhões de barris em julho. Ela ficou estável em relação a junho e cresceu 11% na comparação com julho do ano passado. A produção de petróleo em campos nacionais no mês passado foi de 1,747 milhão de barris por dia. Segundo a estatal, houve aumento de 14,9% em relação a igual mês de 2004.
No mercado financeiro, que sofreu a influência do agravamento da crise política, ficou difícil encontrar quem ainda afirme que a taxa básica de juros cairá na próxima semana. Nos últimos dois dias, o dólar subiu 4,12%. Ontem, a moeda americana fechou a R$ 2,374, em alta de 1,19%. Os juros futuros também subiram na BM&F.
''O início do processo de relaxamento da política monetária poderia se iniciar já neste mês. Entretanto, diante do expressivo aumento da volatilidade cambial, nossa percepção é a de que o Banco Central adotará a estratégia de esperar para ver'', diz relatório elaborado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, chefiado por Octávio de Barros. Segundo o relatório, a volatilidade do câmbio ontem foi a maior em mais de um ano.
O risco Brasil subiu e voltou a ficar acima dos 400 pontos. No fim do dia, o indicador estava em 402 pontos, em elevação de 2,56%. A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão em alta de 1,19%, mas chegou a cair 3,38% pela manhã.
A informação de que o presidente do PT e ex-ministro da Educação Tarso Genro, disse que, na proposta orçamentária do Ministério da Fazenda, a meta de superávit primário para 2006 é de 5% do PIB chegou a repercutir bem na Bolsa, segundo analistas. Na BM&F, a taxa do contrato DI (que indica a projeção futura dos juros) com resgate em janeiro de 2007, o mais negociado, saltou de 17,58% para 17,98%.
Com agências