Título: Empresa lucra R$ 9,9 bi
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 16/08/2005, Economia & Negócios, p. A19

Beneficiada por uma conjugação de fatores que inclui altos preços do petróleo no mercado internacional, apreciação do real frente ao dólar e aumento de 18% da produção de óleo no segundo trimestre, a Petrobras encerrou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 9,9 bilhões, 40% a mais que no mesmo período de 2004. O desempenho da companhia proporcionou um aumento de 29% da geração de caixa, que totalizou R$ 22,3 bilhões. Neste ano, a Petrobras alcançou um valor de mercado 40% maior.

No segundo trimestre, quando a companhia melhorou seu resultado operacional, o lucro líquido somou R$ 4,9 bilhões, 49% superior ao do mesmo período de 2004. Na ocasião, a empresa alcançou uma geração de caixa de R$ 11,8 bilhões, aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2004.

A apreciação do real contribuiu para reduzir em 12% a dívida total da empresa, que chegou a R$ 33,3 bilhões em 30 de junho deste ano. O passivo de curto prazo recuou 16% em relação a 31 de março. Já o índice de alavancagem caiu 5 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre. A estrutura de capital representada por terceiros alcançou 54% em 30 de junho, com redução de 2 pontos percentuais.

O crescimento de 18% da produção nacional no segundo trimestre de 2005, em relação ao mesmo período do ano passado, contribuiu para fazer da companhia uma exportadora líquida de petróleo e derivados. A empresa registrou no segundo trimestre de 2005 uma exportação líquida de 148 mil barris/dia, comparado a uma importação líquida de 100 mil barris/dia no mesmo período do ano anterior, o que gerou um superávit comercial de US$ 900 milhões.

O consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), previa um lucro de R$ 6 bilhões no segundo trimestre para a Petrobras. Ele atribui o bom resultado da empresa ao aumento da produção de petróleo da empresa e à desvalorização do dólar. Com a entrada em produção das plataformas P-43 e P-48, entre 2004 e o primeiro trimestre deste ano, a companhia conseguiu aumentar a média de produção de petróleo no país para cerca de 1,7 milhão de barris por dia.

Além disso, o consultor lembrou que a desvalorização do dólar contribuiu para minimizar o impacto do represamento dos preços dos combustíveis, que não acompanharam a valorização das cotações do barril de petróleo.