Título: Segurança máxima para Campos
Autor: Marco Antônio Martins e Roberto Barbosa
Fonte: Jornal do Brasil, 29/10/2004, País, p. A-3
Exército, TRE e polícias Civil, Militar e Federal montam esquema para coibir boca-de-urna e assegurar tranqüilidade de eleitor Os confrontos ocorridos nos últimos dias entre militantes do PDT e do PMDB, em Campos, levaram o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o Exército e as polícias Civil, Militar e Federal a montarem um forte esquema de segurança para o segundo turno das eleições.
Cerca de 2 mil homens estarão na cidade a partir da manhã de amanhã, para reprimir a boca-de-urna, além dar tranqüilidade ao eleitor. Ontem, equipes da Brigada Pára-quedista do Exército e do setor de Inteligência estiveram no município, mapeando 20 pontos para onde as tropas serão destacadas.
Serão privilegiados o maior colégio eleitoral da cidade e locais onde tenham ocorrido confrontos, além de um posicionamento que favoreça o deslocamento rápido em caso de problemas em algum ponto do município. As Forças Armadas vão pôr nas ruas de Campos 600 homens, que só deixarão a cidade na segunda-feira e se não ocorrer nenhum problema. Cerca de 300 homens serão da Brigada Pára-quedista, equipe de elite do Exército que atuou no patrulhamento das favelas do Rio na eleição de 2002.
- Toda essa segurança busca dar tranqüilidade aos eleitores. Eles precisam disso para votar - afirmou o presidente do TRE, o desembargador Marcus Faver.
Além do Exército, as polícias Civil, Militar e Federal integram o esquema de segurança e se concentrarão no quartel da 56ª Infantaria, em Campos. No local será montado o Centro de Operações Integradas, coordenado pelo coronel Ferreira, chefe da Brigada Pára-quedista. Além dos militares, cada uma das polícias e o TRE indicarão representantes para o Centro de Operações.
O tribunal destacou o juiz Jayme Boente, responsável pela fiscalização no Estado, para ir à cidade acompanhar o pleito. O juiz irá à cidade no domingo acompanhado do comandante da PM, o coronel Hudson Aguiar, e do subchefe da Polícia Civil, delegado José Renato Nascimento. De lá, fará um relatório para o desembargador Marcus Faver sobre a situação que encontrar na cidade.
- Visitaremos o município. Seremos observadores das eleições e daremos apoio aos juízes locais do TRE - afirmou o juiz Jayme Boente.
O tribunal deslocará para a cidade 60 fiscais, número superior ao que será enviado para outros municípios. Niterói receberá 40 servidores que fiscalizaram as eleições do Rio no primeiro turno e Nova Iguaçu, 50. A PM deslocará ainda 1.200 homens para Campos, enquanto a Polícia Civil terá 90.
- A presença do Exército também representa um recado para as pessoas. Não tentem fazer nada, porque haverá resposta. Não sei se a cidade será a mais policiada do país, mas acredito que será a mais tranqüila - previu o desembargador Faver.
Ontem, militantes dos dois partidos voltaram a se enfrentar em frente ao Centro Administrativo José Alves de Azevedo, sede da prefeitura. Um pequeno grupo de estudantes ligados a União dos Jovens Socialistas (UJS) promoveu uma manifestação contra a administração do prefeito Arnaldo Viana, com um trio-elétrico.
Um dos integrantes da UJS tentou entrar no pátio da prefeitura com faixas criticando o prefeito e foi agredido por jovens da Federação dos Estudantes de Campos (FEC) e da juventude do PDT. O trio-elétrico com adesivo do candidato peemedebista, Geraldo Pudim, foi atingido com ovos e pedradas. A Polícia Militar foi chamada para conter o confronto.
No fim da manhã, dois PMs à paisana foram detidos por uma guarnição da própria Polícia Militar, ao participar de uma manifestação do PMDB. Eles estavam numa passeata de Geraldo Pudim na área central, com as armas de trabalho. O soldado Dinoflan Cláudio Corrêa da Silva e o cabo Francisco de Assis Silva, ambos lotados no 8º batalhão da PM, foram levados para a 134ª Delegacia de Polícia e liberados no fim da tarde.
O policial civil André Luiz de Oliveira Barbosa, que estava junto com os PMs, fugiu do local. Ele já respondeu inquérito por porte ilegal de arma em 2000.