Título: Sandro Mabel pede piedade à CPI
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 17/08/2005, País, p. A7

Deputado pede que seu nome seja retirado da lista de investigados que será encaminhada à Comissão de Ética

Folhapress

BRASÍLIA - O líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (PL-GO), foi ontem à CPI dos Correios pedir publicamente ''piedade'': quer que seu nome seja retirado da lista de nomes citados nas investigações que serão encaminhadas ao presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), ou ao Conselho de Ética, caso tenha o apoio de presidentes de partidos. Mabel foi citado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos participantes do esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base do governo e acusado pela deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO) de tentar cooptá-la com o pagamento de R$ 1 milhão.

- Não recebi nenhum dinheiro na minha conta. Não tem nada contra mim a não ser a denúncia mentirosa da deputada do meu estado. Por mais que seja a intenção boa, uma lista dessa é um desastre na vida da gentes.

O relator da CPI disse que realmente não havia provas documentais em posse da comissão contra Mabel. No entanto, afirmou que a listagem não faz ''juízo de valor'' sobre os parlamentares citados.

- Fiz o rol completo e dei a oportunidade para que se expliquem. A lista pede nomes enunciados ou referidos na comissão. Não pretendo mudar essa lista - declarou o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Além de Mabel, estão na lista mais 17 deputados: Carlos Rodrigues (PL-RJ), João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), José Dirceu (PT-SP), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Romeu Queiroz (PTB-MG), Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP).

A listagem deve ser colocada na pauta da CPI na próxima semana. A retirada de nomes dependerá da votação do plenário da comissão. Depois de votado, o documento deve ser encaminhado para o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, ou para o Conselho de Ética da Casa, caso tenha o apoio de presidentes de partidos.