Título: Indústria reduz emprego e salário
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 17/08/2005, Economia & Negócios, p. A19

Vagas no setor recuam 0,6% em junho, enquanto renda do trabalhador cai 2,36%

O nível de emprego na indústria brasileira caiu 0,6% entre maio e junho, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor também pagou menos aos funcionários, já que houve redução de 2,36% no valor da folha de pagamento no mesmo período.

Os resultados semestrais, no entanto, foram positivos. A massa salarial cresceu 4,2% de janeiro a junho, enquanto o total de vagas na indústria avançou 2,3% no período.

Onze segmentos industriais aumentaram o nível de emprego no semestre. Os que mais admitiram foram as fábricas de alimentos e bebidas, com crescimento de 7% no total de vagas. A folha de pagamento deste ramo cresceu mais ainda, com alta de 9%.

Os meios de transporte, que elevaram a oferta de empregos em 12,1%, também aumentaram os gastos com salários em 11,1%. O ramo de máquinas e equipamentos registrou aumento de 8,5% da folha e de 4,2% do número de funcionários.

Por regiões, as contribuições mais importantes entre as 12 localidades que ampliaram seus contingentes de trabalhadores apareceram São Paulo (3%) e Minas Gerais (4,5%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-4,1%) e Rio de Janeiro (-1,1%) foram os locais onde se observou recuo no nível de emprego.

A tendência ilustrada pelo IBGE por meio do indicador de média móvel trimestral também é positiva. Nos últimos três meses encerrados em junho, os postos de trabalho no setor cresceram 0,3% e reverteram a taxa negativa registrada em maio.

Também ontem, o IBGE divulgou que as vendas do varejo no Brasil cresceram 4,64% no primeiro semestre de 2005, na comparação com igual período do ano anterior, sem o ajuste sazonal. No período de 12 meses encerrados em junho, as vendas do setor acumularam ganho de 7,29%.

Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, a receita nominal do setor cresceu 11,86% nos primeiros seis meses do ano e 13,72% em 12 meses.

Entre maio e junho, as vendas do comércio aumentaram 1,18%, com o ajuste sazonal, enquanto a receita nominal cresceu 0,84%. Na comparação com junho do ano anterior, o comércio vendeu 5,31% a mais. Na mesma base de comparação, a receita nominal foi superior em 11,35%.

O setor de móveis e eletrodomésticos teve o melhor desempenho do varejo em junho. Em relação a maio, registrou alta de 4,29%, com o ajuste sazonal.

A alta foi motivada pela ampliação de crédito direto ao consumidor e dos empréstimos com desconto em folha de pagamento.

No primeiro semestre do ano, as vendas de móveis e eletrodomésticos foram 19,70% maiores em relação ao mesmo período de 2004. Em 12 meses, o setor comercializou 21,97% a mais.

Com agências