Título: Casos de seqüestro diminuem no DF
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 17/08/2005, Brasília, p. D5

Apesar dos números ainda alarmantes, balanço da Secretaria de Segurança indica queda na violência

Um seqüestro-relâmpago acontece todos dia nas ruas do DF. Pode ser um comerciante abordado ao fechar seu estabelecimento; uma dona de casa, ao sacar dinheiro em um caixa eletrônico; ou ainda um estudante, dirigindo seu carro, no momento em que deixa um amigo em casa. Entre janeiro a junho deste ano, aconteceram 251 seqüestros-relâmpago. Nas últimas semanas, dois casos ganharam notoriedade pela brutalidade e por terem ocorrido com pessoas de classe média. Estarreceram a população e trouxeram ainda mais medo aos brasilienses. O GDF garante que, apesar do índice alarmante, a expectativa é animadora. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, tanto a prática do chamado ''roubo com restrição da vítima'' (quando o assaltado é levado para algum lugar ermo) quanto do ''roubo qualificado com extorsão'' (vítima levada a bancos e obrigada a ceder a senha) caiu. Comparado ao primeiro semestre do ano passado, os primeiros seis meses deste ano registraram uma queda de 1,97%, no caso de roubo com restrição, e 24,64%, roubo qualificado.

- Onde ocorrerá, a que hora, quem será a vítima num universo de 2 milhões de pessoas, dos 750 mil veículos qual será tomado? Este é o desafio da Polícia Militar. E o combate não decorre só da ação policial. Prendemos n criminosos em flagrante, e eles estão em liberdade. Os que cometeram o crime no fim de semana, por exemplo, respondem a processos. Um deles é condenado por 25 anos de cadeia por homicídio - afirma o comandante da PM, tenente-coronel Renato Azevedo, criticando o Código Penal, datado de 1940, que sequer tipifica o seqüestro-relâmpago.

Ontem, o governador Joaquim Roriz entregou para a PM 300 novas motos e marcou uma nova remessa de outras 75 para daqui 60 dias. Com 400 cilindradas, elas substituirão toda a frota antiga, composta por motos de baixa potência - de 125 e 250 cilindradas. As motocicletas custaram R$ 5,6 milhões ao GDF e ajudarão no policiamento ostensivo. O governador fez um balanço dos investimentos nas corporações policiais nos últimos anos. A Polícia Civil recebeu 750 carros 0km, e outros 450 devem ser entregues até novembro. Para a PM, além da renovação da frota motociclística, foram destinadas 600 viaturas novas. O Corpo de Bombeiros ganhou 220 automóveis e, o Detran, 70. Não está previsto, porém, aumento de efetivo.

- Isso só é feito por determinação dos comandos - disse Roriz.

Segundo o coronel Azevedo, a polícia vem estudando medidas para tentar coibir o crime mais temido pelos brasilienses, o seqüestro-relâmpago.

Para o secretário de Segurança Pública, general Athos Costa de Faria o investimento nas polícias é uma resposta contra o crime.

- Toda vez em que há crime de repercussão a tendência natural é de generalização, mas temos dados que mostram que houve redução na criminalidade - afirmou Athos, comentando uma lista estatística divulgada ontem pela secretaria.

Athos comentou a resistência da secretaria em divulgar dados estatísticos, explicando que ''não gosta'' de liberar dados para imprensa por receio de manipulação.