Título: Emprego formal diminui ritmo
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Jornal do Brasil, 19/08/2005, Economia & Negócios, p. A21

A geração de empregos formais no Brasil está num ritmo menor do que o verificado nos meses anteriores, embora o saldo ainda seja positivo. O nível de emprego com carteira assinada cresceu 0,46% em julho, com a criação de 117.473 novos postos de trabalho - ante 202.033 verificados em igual período do ano passado. Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O efeito sazonal foi a justificativa dada pelo ministro Luiz Marinho para a redução no ritmo da geração de emprego no mês passado. Segundo ele, o mês de julho é tradicionalmente mais fraco.

- É uma espécie de intervalo para recomposição de estoques para o fim do ano. Na indústria, os meses mais fortes de contratação são entre agosto e novembro, por conta das vendas de fim de ano - explicou.

Mesmo com o arrefecimento da criação de vagas, Marinho comemorou o fato do saldo de vagas continuar positivo e manteve a meta de criação de 100 mil empregos formais, em média, por mês, durante o governo Lula.

O efeito sazonal atingiu mais fortemente a indústria, que gerou apenas 6.119 vagas em julho contra 16.993 em junho. Por outro lado, a agropecuária teve o maior saldo de empregos, 32.447, e crescimento de 2,21%. Em seguida aparecem os setores de serviços, com a criação de 32.229 vagas e crescimento de 0,32%; o comércio, com abertura de 28.899 vagas e alta de 0,51%, e a construção civil, com acréscimo de 13.475 vagas e alta de 1,26%.

No acumulado de janeiro a julho, o saldo de vagas criadas é de 1.083.776, alta de 4,4% no nível de emprego. Frente ao mesmo período do ano passado, porém, o número é menor que os 1.236.689 empregos criados.

Para este ano, a estimativa do ministro do Trabalho é de criação de cerca de 1,250 milhão de novas vagas - abaixo, porém, das 1,523 milhão geradas no ano passado. No entanto, Marinho afirmou que o país tem fundamentos econômicos sólidos e que o ano de 2006 deve repetir os resultados de 2004, o melhor da série histórica do Caged.

- Dos últimos 20 anos este é o momento no qual a economia está mais consistente e tudo indica que continuará assim - disse.

Marinho afirmou ainda acreditar que, até o fim do atual governo, o Brasil deverá ter cinco milhões de novos empregos com carteira assinada. Até agora foram criados 3.252.485 novos postos de trabalho formais.