Título: MP: não há provas
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/08/2005, País, p. A5

O Ministério Publico de Ribeirão Preto disse ontem que os documentos apreendidos na empresa Leão Leão comprovam que o advogado Rogério Buratti pode ter falado a verdade. O promotor Aroldo Costa Filho, ressaltou, contudo, que nos documentos não existem provas contra o ministro Antonio Palocci.

- Alguns documentos são indicativos de que aquilo que o Buratti falou é verdadeiro, mas entendemos que os fatos devem ser melhor investigados. Deverão ser encaminhados ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República para prosseguimento.

O promotor reforçou que nos documentos encontrados não existem indícios de ligação de Palocci com o esquema de fraude de licitações.

- Não há esta informação. Neste documento há a referência sobre valores que eram pagos à prefeitura de Ribeirão Preto.

Segundo promotores que ouviram o depoimento na Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, Buratti afirmou que Palocci recebia propina de R$ 50 mil mensais da Leão Leão na época em que era prefeito de Ribeirão Preto. Os recursos seriam repassados ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Ontem, após as novas denúncias da revista Veja, Palocci convocou uma entrevista coletiva à imprensa para ao meio-dia de hoje, no Ministério da Fazenda. A assessoria do ministro informou que o ministro ficará à disposição para responder perguntas sobre as denúncias que surgiram nos últimos dias envolvendo seu nome. Palocci passou o dia de ontem reunido com a família. À tarde, Palocci recebeu a visita do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Segundo a assessoria de Bastos, o objetivo da visita foi ''dar um abraço de solidariedade'' em Palocci.