Título: Festas viram ponto de partida para ofensiva
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 21/08/2005, Brasília, p. D1

Atualmente as drogas sintéticas são uma preocupação mundial, principalmente, na Europa, Estados Unidos e também no Brasil. É comum que o consumo aconteça em festas que duram dias, as chamadas haves. Na semana passada, após operação conjunta da Polícia Federal de Brasília, Goiás e Minas, três homens foram presos (um em Goiânia e dois em Uberlândia, no Triângulo Mineiro) e com eles, 2,9 mil comprimidos de ecstasy, 500 euros e 4.825 reais, além de três carros: um VW Pólo e dois Audi A3.

As primeiras pistas para se chegar à quadrilha com conexão no DF, Goiás e Minas, foi através de uma operação dos federais na festa Federal Wekeend, que aconteceu em um hotel de luxo na Capital Federal há um mês e meio.

- Esta é uma droga difícil de combater porque não tem cheiro; pode ser produzida num laboratório muito pequeno; é transportada com facilidade; não tem plantação e nem processo químico complicado. Então é preciso cortar o mal pela raíz - disse Tavares.

Impunidade - Para Felipe Tavares, cortar o mal pela raíz significa não permitir que o consumo se expanda na região. Segundo ele, os principais traficantes de droga sintética são pessoas de classe média.

- É gente que normalmente acha-se impune. Para chegar a eles é preciso um trabalho de inteligência da polícia. Diferentemente do morador de Ceilândia, que é sempre abordado pela polícia e não pode ostentar riqueza, pois vai chamar a atenção, é normal o traficante do Lago Sul ter carro bom e com documentação regular, às vezes tem até emprego, dinheiro e por isso não chama muito a atenção e não é pego em fiscalizações de rotina - esclarece Tavares.

De olho nesses traficantes, desde sexta-feira a Polícia Federal realiza operação na Micarecandanga. A intenção é prender quem compra e assim, chegar aos fornecedores e distribuidores. O balanço será divulgado nesta segunda-feira pela Delegacia Federal de Tóxicos e Entorpecentes.