Título: Dias relaciona BNDES a Duda
Autor: Karla Correia e Paulo de Tarso Lyra
Fonte: Jornal do Brasil, 23/08/2005, País, p. A3

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) vai solicitar à CPI dos Correios uma investigação sobre o possível envolvimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) nas remessas dde dinheiro para as contas do publicitário Duda Mendonça no exterior.

Em pronunciamentos que fez em Curitiba e no plenário ontem, o senador afirmou que haveria indícios de que empréstimos feitos pelo BNDES para a construção do metrô de Caracas, na Venezuela, e de obras no Peru poderiam ter sido usados como fonte de abastecimento das contas que o publicitário mantém no exterior para movimentações de caixa 2 de campanhas.

- O BNDES aprovou dois financiamentos no total de 194 milhões e 600 mil dólares para que a Construtora Norberto Odebrecht realize exportações de bens e serviços para a Venezuela. É por isso que acabam fazendo conjeturas de que parte dos recursos ilícitos depositados em paraíso fiscal, para pagamento da conta da campanha do PT de 2002, poderiam advir desses benefícios concedidos pelo BNDES a empreiteiras brasileiras que atuam no exterior- acusou o senador.

O tucano citou números de financiamentos que o banco destina a empresas brasileiras que fazem obras em países da América Latina e criticou os investimentos da instituição no exterior:

- O banco esbanja recursos, permitindo a construção de obras de infra-estrutura da maior importância, gerando empregos lá fora, enquanto aqui no Brasil, há lamentavelmente, uma timidez em matéria de geração de empregos.

Em nota, o presidente do BNDES, Guido Mantega negou qualquer irregularidade nas operações feitas pela sua área de comércio exterior e declarou que as liberações de recursos são realizadas em reais. Segundo Mantega, todos os investimentos do banco financiam somente exportações de bens e serviços produzidos no Brasil.

- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social lamenta que o senador tenha feito tais declarações em tom de denúncia e que faça insinuações em seu discurso, para depois afirmar que não está aceitando essa conjectura como verdadeira.