Título: Valério contesta versão
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Fonte: Jornal do Brasil, 24/08/2005, País, p. A2

O dono de agências de publicidade Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser operador do financiamento paralelo do PT que pode ter gerado o suposto esquema de mensalão, rebateu declarações do ex-deputado e presidente nacional do PLValdemar Costa Neto. Valério contestou a versão apresentada por Costa Neto na CPI do Mensalão, que disse que não conhecia a empresa. Valério disse que foi o tesoureiro do PL que lhe apresentou a empresa Garanhuns.

Valério também afirma que pagou R$ 10,8 milhões de reais ao PL, enquanto Costa Neto disse ter recebido R$ 6,5 milhões. Segundo Costa Neto, PT e PL fizeram um acordo financeiro nas eleições de 2002 em que o PT repassaria R$ 10 milhões para o PL, mas o acordo nõ tria sido cumprido na íntegra e ele teria recebido apenas os R$ 6,5 milhões.

Segundo nota do empresário, dos R$ 10.837.500 transferidos ao PL, R$ 6.037.500 foram destinados à empresa Guaranhuns - sendo R$ 400 mil em Transferência Eletrônica Direta (TED) e R$ 5.637.500 em cheques do Banco Rural. Os demais R$ 4,8 milhões foram pagos em cheques do Banco Rural.

Valério afirma que a empresa Guaranhuns foi apresentada a ele pelo tesoureiro do PL, Jacinto Lammas. Já Costa Neto disse no depoimento à CPI do Mensalão que ficou conhecendo a Garanhuns apenas quando recebeu um cheque da empresa de publicidade SMPB, da qual Valério é sócio, endereçado à Garanhuns.

O presidente do PL também afirmou que recebeu apenas R$ 1,2 milhão pela Garanhuns, empresa suspeita de lavagem de dinheiro, segundo inquérito da Polícia Federal.

Segundo a nota de Valério, ''o empresário esclarece que ele e as empresas das quais participa societariamente nunca tiveram qualquer tipo de relação com a Guaranhuns'', o que pode ser comprovado pela quebra dos sigilos bancário e telefônico dele, de seus sócios e de suas empresas.

Valério diz na nota que os repasses ao PL foram feitos a partir de orientação do ex-tesoureiro do PT.