Título: Plínio de Arruda evita criticar governo
Autor: Marcos Seabra
Fonte: Jornal do Brasil, 26/08/2005, País, p. A6

No lançamento da candidatura de Plínio Arruda Sampaio à presidência nacional do PT, ontem no Rio, o vermelho petista deu lugar ao verde dos ramos de arruda que políticos e militantes traziam atrás das orelhas. No lugar do rubro, camisetas pretas, com um galho de arruda, estampadas com os dizeres: ''Arruda neles! O PT de luto na luta''. O deputado federal Chico Alencar (RJ) apresentou a candidatura do militante histórico como uma alternativa dentro do partido dominado pelo Campo Majoritário.

- Nós estamos combalidos por pessoas nefastas como diz o cartazinho - referiu-se ao cartaz empunhado por uma militante com a mensagem: ''Dirceu é uma pessoa nefasta''.

Pré-candidato ao governo do estado do Rio, Vladimir Palmeira defendeu que não é todo Campo Majoritário que está envolvido no escândalo e atribuiu à ''cúpula encastelada'' a origem da crise.

Ao fim das alfinetadas de Alencar e Palmeira ao governo, Plínio de Arruda tomou a palavra e comparou sua candidatura à um filme que conta a história de dois ladrões que montaram uma floricultura para disfarçar a casa que se reuniam, mas acabaram enriqueceram vendendo flores.

- Eu posso dizer que o candidato é muito bom, mas está um pouco usado - afirmou Arruda, otimista pelas adesões à sua candidatura.

Considerado independente na legenda, Arruda é uma alternativa na disputa, porque pode atrair a simpatia de filiados por ser um militante histórico. Ele disse que não deixará a legenda se o Campo Majoritário vencer.

Mesmo sendo uma candidatura de oposição, Arruda evitou dirigir críticas diretas ao governo e disse que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deve ser considerado inocente até que provem o contrário:

- Apure-se até o fim, mas sem destruir imagens públicas.

Bem humorado, o candidato contou que Fidel Castro, chefe de Estado de Cuba, o repreendeu por críticas que fez ao PT.

Arruda é defensor de um partido que não priorize as disputas eleitoras, ele citou o debate que antecedeu a candidatura de Lula em 2002, no Instituto da Cidadania. As propostas apresentadas eram: para reafirmar a posição do PT e outra para ganhar as eleições.

- E todos gritavam: marketing, marketing. Mas quem compra o marketing tem que levar o pacote - recordou ele dizendo que a crise tem efeito positivo, porque fragilizou o grupo antidemocrático da legenda.