Título: Petistas tentam convencer Tarso
Autor: Marcos Seabra
Fonte: Jornal do Brasil, 26/08/2005, País, p. A6

Ainda não deram certo as tentativas de integrantes da cúpula nacional petista de convencer o atual presidente do PT, o ex-ministro Tarso Genro, a manter sua candidatura à presidência do partido nas eleições internas previstas para 18 de setembro. Ontem foi a vez dos governadores petistas Jorge Viana, do Acre, e Wellington Dias, do Piauí, além do senador Aloízio Mercadante (SP), em um almoço em São Paulo, atuarem como bombeiros na tentativa de diminuir a temperatura da discussão e a troca de farpas públicas entre Genro e o deputado José Dirceu (SP). Dirceu não abre mão de participar da chapa por entender que seria uma punição antecipada das acusações que sofre, inclusive, no Conselho de Ética da Câmara, com risco de cassação do mandato.

Mesmo sem adiantar qual seria a solução para o problema, Mercadante explicou sua presença no encontro, não só para atuar como apaziguador, mas para fazer um alerta.

- Viemos com a intenção de fortalecer a manutenção de Tarso Genro como candidato à presidência do partido, mas sem que isso crie uma situação de impasse na direção. Mas é preciso entender que essa discussão pode extrapolar ao parido e atingir a política econômica de sucesso adotada pelo governo Lula - explicou..

Tarso Genro, apesar da advertência, logo após a reunião, insistiu na posição de só permanecer como candidato ''caso exista uma renovação da chapa do Campo Majoritário'', ou seja, com a saída de Dirceu e outros petistas que estejam envolvidos nas denúncias de corrupção iniciadas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). - Não existe uma data para que isso aconteça, mas mantenho todas as minhas posições e continuo aguardando uma proposta do Campo Majoritário para que eu possa sustentar uma candidatura de renovação e ruptura com a direção partidária que existia antes - enfatizou Genro.

O governador do Acre, Jorge Viana disse que o partido deve ''sinalizar à sociedade uma mudança de atitude para sair da crise política atual''. O governador Zeca (PT-MT), não participou do almoço alegando problemas de agenda.