Título: Petistas defendem reciclagem
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Fonte: Jornal do Brasil, 28/08/2005, País, p. A5

O deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) reconhece que as perspectivas para o partido em 2006 são negativas sobretudo se o Congresso aprovar o voto na legenda. - Dirigentes se envolveram nesse processo intolerável de corrupção. Não há dúvidas de que as dificuldades serão imensas em 2006 - avalia.

Biscaia concorda que as eleições internas do PT de 18 de setembro é que vão nortear os rumos do partido daqui em diante.

- São 800 mil filiados. Destes, 200 mil petistas vão decidir. Se eles quiserem isso que está aí levarão o PT ao fim - prevê.

Para o deputado o quadro no Rio não difere do nacional. Também é preocupante. O voto no ex-deputado Vladimir Palmeira seria a única maneira de resgatar a história do PT no Rio depois de intervenção da direção nacional em 1998.

- Estamos lutando por Palmeira. Ele foi afastado pelos que geraram esse quadro.

Para a senadora Ideli Salvati (PT-SC) o êxito do PT em 2006 também está condicionado à capacidade do partido de se reciclar.

- Se tivermos a capacidade de fazermos a limpeza poderemos mudar o quadro que está aí. Tudo vai depender do comportamento de quem está comprometido - disse.

O desfecho do governo será igualmente importante pois, em sua avaliação, não será possível dissociar a imagem do PT de Lula.

Para o senador Álvaro Dias (PR), a redução de quadros do PT é irreversível. O tucano avalia que as eleições vão depender do prestígio individual do candidato.

- PT frustrou no Executivo. Gestões fracassaram. Agora vai pesar o desempenho individual de cada candidato.

Dias acredita, no entanto, que se o PT usar seu ''enorme espaço de mídia'' para fazer a assepsia interna poderá recuperar o espaço perdido.

O deputado Maurício Rands (PT-PE), por sua vez, revela confiança:

- O partido vai se reconstruir. Há muita análise precipitada. O PT vai continuar sendo partido forte.