Título: Trabalhadores tentam superar dificuldades
Autor: Branca Nunes
Fonte: Jornal do Brasil, 29/08/2005, Rio, p. A14

Apesar de ser uma espécie em extinção, os pescadores artesanais ainda existem nas baías do Rio. Trabalhando sete dias por semana, do nascer ao pôr-do-sol, eles esperam os peixes pacientemente, sentados em cima das pontes, sobre os barcos ou nas areias das praias. Antônio Bernardino da Silva, 59 anos, é um dos sobreviventes. Chegou ao Rio em 1969, vindo do Rio Grande do Norte e desde então vive da pesca. Apesar das dificuldades, garante que não vai desistir facilmente.

- A gente tem que manter o sonho de alguma forma - diz o pescador, que já nadou nas águas das Baías da Guanabara e de Sepetiba: - Quando vejo essas águas poluídas, parece que sou eu que estou doente.

Há alguns anos, Antônio ganhava R$ 600 por semana com a venda de peixes. Hoje, não recebe nem um décimo dessa quantia.

Segundo o deputado estadual Carlos Minc (PT) a quantidade de pescadores artesanais da Baía de Guanabara diminuiu pela metade. Em dez anos, o universo de 70 mil pessoas, foi reduzido a menos de 35 mil.